sexta-feira, 8 de novembro de 2013

JOVENS O perigoso uso precoce do álcool

Nos últimos anos, as atenções das autoridades se voltaram para o crack. Com o intuito de combater a devastadora droga, o governo local anunciou, na semana passada, o emprego de R$ 65 milhões. O recurso sustentará o plano de enfrentamento ao entorpecente pelo próximo quadriênio.
Mas enquanto todos os discursos são para combater o uso da pedra branca, um outro mal, o álcool, avança silenciosamente, atingindo principalmente crianças e adolescentes. A falta de limite dos pais e o fácil acesso, além das tímidas campanhas de prevenção, fazem com que o consumo de cerveja, vinho, uísque e outras bebidas aumente consideravelmente entre os jovens.
A mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), aponta que pessoas na faixa etária entre 14 e 17 anos são responsáveis por consumir 6% do álcool vendido em todo o território nacional. Um outro estudo, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, traz uma informação ainda mais assustadora: o primeiro gole ocorre entre os 11 e os 13 anos. O mesmo levantamento mostra que 42% dos estudantes dos ensinos médio e fundamental ingeriram bebida alcoólica nos últimos 12 meses.
O que a pesquisa constatou em todo o país pode ser observado nas ruas do Distrito Federal. Um dos exemplos é um encontro semanal de estudantes na 411 Sul. Regada a vodca e vinho, a reunião costuma atrair dezenas de alunos na quadra próxima a um colégio. Eles mostram que usam artimanhas para conseguir comprar bebidas.
Muitas vezes, os donos de bares são flagrados infringindo a legislação. Levantamento da 1ª Promotoria de Justiça de Infância e Juventude do DF, ao qual o Correio teve acesso, revela que 170 estabelecimentos comerciais em várias cidades foram flagrados vendendo ou entregando bebida alcoólica a menores de 18 anos nos últimos 15 meses. Todos os donos de restaurantes, bares e quiosques acusados de infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tiveram de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, no qual se comprometeram a não reincidirem na transgressão. Aqueles que descumprirem as regras do TAC estão sujeitos à multa de R$ 3 mil e podem ter o alvará de funcionamento revogado pela Agência de Fiscalização do DF (Agefis).
O MPDFT também decidiu notificar os fabricantes e distribuidores para celebrar Termos de Cooperação, a fim de realizar campanhas de esclarecimento à população sobre os malefícios do álcool para crianças e adolescentes. Um dos responsáveis pelo projeto, o promotor Renato Varalda, considera importante o envolvimento das grandes empresas, mas ressente a falta de uma política pública mais engajada voltada para a população infantojuvenil.
“A legislação é rígida, sim, mas falta consciência para cumpri-la. São raros os inquéritos relacionados à venda de bebida para menores. A lei dá poderes para as polícias Civil e Militar fecharem estabelecimentos caso adolescentes sejam vistos comprando bebida, mas ainda existe a cultura de que o álcool não traz malefícios e que o comerciante que vende bebida para menores não está fazendo nada de errado”, criticou Varalda, promotor da Infância e da Juventude.
Efeitos nocivos
Os adolescentes que bebem com frequência podem até não sentir os efeitos imediatos do álcool no organismo, mas o professor de farmácia da Universidade de Brasília (UnB) José Eduardo Pandóssio explica que quem faz uso de bebida precocemente tende a desenvolver sérios problemas que afetam diretamente o aprendizado. Atividades simples do dia a dia, como memorizar um exercício escolar ou falar em público, tornam-se mais difíceis devido à ação degenerativa que ocorre no sistema nervoso do usuário de álcool. “Quanto mais cedo a pessoa começa a beber, os efeitos deletérios afetam mais rapidamente o seu desenvolvimento, fazendo com que ela perca progressivamente mais neurônios”, ressalta Pandóssio.
Segundo o especialista, o consumo abusivo do álcool ainda pode causar problemas hepáticos e renais, além de tornar o adolescente mais violento. “A droga, em si, não produz agressividade, mas, se a pessoa tiver um potencial agressivo, pode externá-lo com a dependência. Se o uso for mais crônico, de o jovem beber toda semana ou todos os dias, ele pode desenvolver problemas hepáticos e renais. Dependendo da idade do indivíduo e do estado geral de saúde dele, o álcool pode ainda comprometer várias enzimas e causar complicações digestivas”, completa.
Análise da Notícia
Risco iminente
O primeiro gole, em geral, acontece na rua, com os amigos, ou mesmo em casa, durante as reuniões familiares. Sem serem reprovados pelos pais, muitos jovens passam a beber com mais frequência, aos fins de semana, não se dando conta dos riscos que correm de se tornar um dependente. Entram numa brincadeira perigosa, pois, se são predispostos a se tornarem um alcoólatra, podem entrar num caminho sem volta. O alerta vem dos especialistas e das pesquisas, que mostram crianças e adolescentes se tornando viciados em álcool cada vez mais cedo. O controle, portanto, deve ser mais rígido em casa e nas ruas, onde poucos comerciantes são punidos por venderem bebidas a menores. Só assim veremos menos jovens se embriagando.
 O que diz a lei
O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trata como crime, com pena prevista de dois a quatro anos de prisão, a venda ou o fornecimento à  criança ou ao adolescente de “produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica” ao usuário.
 Famílias omissas
Jovens familiarizados com o álcool antes da idade adulta, muitas vezes, contam com a conivência dos pais. Criados em meio à cultura de que “festa boa é regada a bebida alcoólica”, crianças e adolescentes são incentivados a dar o primeiro gole com o argumento de que, se estão perto dos responsáveis, os riscos são menores.
Fonte: Correio Braziliense

domingo, 27 de outubro de 2013

Como orientar os filhos a usarem internet de maneira segura

Saiba como as redes sociais devem ser utilizadas pela garotada e garanta a segurança do seu filho e da Crianças no computador

Converse com seu filho sobre os possíveis riscos que existem na Internet
Foto: Dreamstime
Quando o assunto é  internet, muitos pais não sabem o que fazer. Alguns acham que os filhos estão superseguros quando estão usando o computador em casa. O que é um equívoco: a internet também pode ser uma ferramenta muito perigosa. Os usuários encontram tanto conteúdos bons e educativos, quanto ruins. Além disto, muitos se expõem na rede de forma totalmente inadequada. É muito importante que os pais tenham o controle dos sites que são utilizados pelos filhos para, assim, evitarem situações de riscos.
"O computador assumiu hoje o papel central nos lares, é uma ferramenta essencial para muitas atividades familiares e pessoais. Cada vez mais os computadores familiares dão lugar a computadores pessoais, por isso, é necessário mais esclarecimento de como as mídias sociais podem ser bem utilizadas sem colocar em risco a segurança dos membros da família", afirma Rosângela Melatto, gerente da Intel da área de responsabilidade social para América Latina. Tanto que a empresa lançou seu primeiro projeto dedicado exclusivamente à família, o "Sua Privacidade Online", que disponibiliza por meio do facebook e do twitter informações e dicas de especialistas para a família participar dos canais digitais de forma segura e saudável.
Confira alguns pontos que devem ser considerados:

Perigos encontrados nas redes sociais

As redes sociais, conhecidas como sites de relacionamento, são locais destinados a encontros virtuais, para troca de informações pessoais,  fotos e mensagens. Neles, as pessoas também podem criar grupos de discussão, buscar novos amigos e trocar  conhecimentos. Embora as redes sociais sejam, na maioria das vezes, usadas para a diversão, explique aos seus filhos que estes "locais" online também têm sido utilizados como facilitadores para práticas de diversos comportamentos errados e crimes, entre eles:
Crimes contra honra (bullying): crianças e jovens têm utilizados sites de relacionamento para se manifestarem de forma negativa, criando ou participando de comunidades inadequadas, ofendendo ou, até mesmo incriminando, seus amigos, conhecidos  e professores.
Drogas: muitas pessoas mal intencionadas e até mesmo criminosas se aproveitam destas comunidades para comprarem e venderem drogas.
Pedofilia: os pedófilos estão usando este meio virtual para atrair a confiança de suas vítimas. Para praticar o crime com mais facilidade, eles se apresentam às crianças como se fossem um amigo da mesma idade, com gostos em comum.
Mãe e filha computador
Sempre mostre interesse nas atividades das crianças na internet. Além disto, também participe das redes sociais
Foto: Dreamstime

O que fazer para proteger o seu filho

· Coloque o computador em um ponto comum de passagem, onde o monitor esteja facilmente visível. Ele nunca deve ser colocado no quarto das crianças.
· Faça um acordo com seus filhos sobre o uso da internet para estabelecer regras e horários de uso.
· Use ferramentas de controle parental.
· Mostre interesse nas atividades das crianças na internet. Pergunte o que elas estão fazendo, peça para ver as fotos etc.
· O professor especialista sobre sociedade em rede, Augusto Franco, aconselha os pais a também participarem das redes sociais: "assim como você precisa saber quem são os amigos dos seus filhos e os lugares que eles estão frequentando, é preciso descobrir onde eles estão navegando, o que publicam na internet, com quem coversam..."
· Dê exemplo: cuidando de todo o conteúdo que é consumido nos meios de comunicação por toda a família (televisão, rádio, internet, revistas, livros, etc.) Não assista, por exemplo, um filme com cenas inadequadas para menores de idade quando o seu filho estiver por perto.
· Oriente seus filhos a oferecer o mínimo de informações pessoais nos seus perfis nas mídias sociais. Peça para ele não disponibilizar telefones, endereço, nome da escola etc.
· Explique para o seu filho que ele não pode compartilhar a sua senha.
· Peça para que  aceite como "amigo" apenas pessoas que ele realmente conheça.
· Oriente o seu filho a não colocar fotos inadequadas. As imagens e os vídeos, uma vez publicados, são muito difíceis, se não, impossíveis de serem deletados.
· Conte para as crianças que as pessoas nem sempre são o que dizem ser. Oriente o seu filho a nunca aceitar a se encontrar pessoalmente com uma pessoa que conheceu pela internet
· Diga a criança que ao receber e-mails de pessoas, arquivos ou fotos estranhas o correto é enviar direto para a lata de lixo.
· Cuidado: fique de olho se alguém enviar para seu filho mensagem ou imagens obscenas, imorais ou indecentes. Recomenda - se que comunique estes acontecimentos aos para o órgão responsável pela proteção das crianças ou para a esquadra da Polícia de Segurança Pública mais próxima de sua casa.
· Quando estiver com algum problema ou sentindo algo, oriente seu filho a lhe procurar, mostrando que você é o melhor amigo dele. "Seu filho precisa saber o que você pensa sobre os perigos da internet. Então, converse com ele e não simplesmente o critique", aconselha o médico hebiatra Mauricio de Souza Lima.

O que fazer em caso de incidente digital?

· Os pais devem procurar a Delegacia de Policia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência de qualquer crime digital.
· Guarde as imagens da tela (print-screen) do eventual crime ocorrido. Dependendo da situação, o juiz poderá solicitar que seja feita um pericia no equipamento.

· Procure um advogado para lhe orientar sobre o que pode ser feito judicialmentesua família

Fique atenta aos perigos da internet para as crianças

Se seu filho passa o dia pendurado no computador, acompanhe o que ele faz de perto. Uma atitude errada na rede pode ter consequências graves no futuro

Conteúdo ANAMARIA
Lembre-se: uma atitude errada na rede pode ter consequências graves no futuro
Foto:  Dreamstime

internet é uma excelente ferramenta tecnológica, mas, se for usada incorretamente por uma criança ou adolescente, ela traz perigos que às vezes nem um adulto pode prever. Portanto, explique ao seu filho o que é certo (ou errado) fazer para que ele não crie problemas futuros. Além da chance de conhecer pessoas de má índole, crianças e jovens podem aprender a mentir para conseguir o que querem, o que não é nada saudável para a formação de um adulto.
Confira as algumas lições do especialista em eletrônica Alexandre Hashimoto para que ninguém erre.
Publicar fotos íntimas suas ou de familiares em redes sociais
Consequência: fotos da infância (seu filho hoje de pijamas ou sua filha de biquíni) ficam para o resto da vida na internet. Daqui a alguns anos, elas podem ser usadas sem permissão para fins indevidos (como pedofilia, pornografia etc). Isso arranhará a imagem deles e pode até prejudicar a busca de um emprego.
Revelar dados pessoais, como telefone e endereço residencial ou da escola, assim como o horário que estuda
Consequência: pessoas mal-intencionadas podem usar essas dicas para assustar você quando seu filho não estiver em casa. Sabe aqueles trotes que simulam sequestros? Eles ficam muito mais assustadores se a pessoa que estiver ligando tiver informações precisas da vida dele! E aí a família vai ficar apavorada mesmo. Não deixe isso acontecer.
Adicionar pessoas que não conhece nas redes sociais
Consequência: essas pessoas terão acesso a todo tipo de informação (inclusive fotos!) que os jovens colocam, sem ter o vínculo da amizade. Para piorar, elas podem até repassar para outras pessoas dados que deveriam ser mantidos só entre amigos. O perigo é o da exposição exagerada.
Fingir ser uma pessoa que não é, mudar de identidade
Consequência: ninguém jamais pode assumir uma identidade que não é a sua, seja fora ou dentro da internet, de brincadeira. Se algo der errado e seu filho for descoberto, a ação poderá comprometer sua imagem para o resto da vida.
Marcar encontro sem avisar os pais ou ir sozinho
Consequência: atitudes como essa envolvem risco de morte. Não dá para prever quem está do outro lado do computador! Se seu filho quiser conhecer gente nova, você deve acompanhá-lo. E, mesmo assim, há risco enorme.
Não proteger o computador e deixá-lo sem configurações de segurança

Consequência: ignorar esse cuidado com o aparelho facilita a entrada de hackers (lê-se "ráquers". São os criminosos que invadem os computadores alheios). Eles podem usar dados preenchidos na internet para prejudicar a família. Se não souber configurar, peça ajuda a um profissional.
Curtir ou compartilhar qualquer publicação na rede social
Consequência: sem saber que corre esse risco, ele pode contribuir para divulgar notícias mentirosas ou ajudar pessoas mal-intencionadas. Esteja sempre por perto e supervisione as atitudes de seu filho na rede.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Veja dez atitudes para conseguir que seu filho obedeça e descubra se você age corretamente

Prometer um castigo e não cumprir é tão nocivo quanto fazer pequenas trocas na base da chantagem
Prometer um castigo e não cumprir é tão nocivo quanto fazer pequenas trocas na base da chantagem

Falar, mandar e repetir tudo de novo parece chato, mas muitas vezes é fundamental para a educação de uma criança. Não obedecer na primeira vez em que os pais chamam a atenção não significa que o filho está fazendo pirraça –mas é preciso cuidado para que não vire. "O processo de aprendizagem é contínuo e por isso precisa ser revisto sempre. Repetir muitas vezes para que a criança compreenda e execute uma determinada tarefa é comum", explica a psicóloga infantil Jéssica Fogaça.
Isso ocorre porque o processo de memorização se constitui aos poucos. "Iniciamos a fala com balbucios, depois com algumas sílabas para então chegar às palavras e, finalmente, às frases completas. O desenvolvimento humano é um processo repleto de etapas. Partimos das mais simples para as mais complexas",diz a especialista.
Uma coisa de cada vez
Se o filho não obedecer na primeira vez ou depois de tantas outras, o problema pode estar também na forma como a informação foi passada e não em seu conteúdo. Acontece de os pais falarem tanta coisa ao mesmo tempo que as crianças não memorizam tudo na hora. Ser claro e objetivo na solicitação e fazer um pedido apenas por  vez são os primeiros passos para o entendimento.
Desde cedo, as crianças aprendem que pai ou mãe não ficarão repetindo a mesma ordem, mas vão exigir obediência. "Geralmente, chegam aos cinco anos cedendo ao primeiro 'não'. A desobediência ocorre ainda porque este processo de repetição significa para o filho um meio de manter a atenção dos pais voltada para ele, que, em última instância, fica no domínio da situação", diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf.
Pode ser que ele esteja fazendo pirraça para chamar a atenção. Se esse for o caso, cuidado: a criança entende que não obedecer vale a pena e que, em algum momento, vai tirar vantagem disso, afinal, os adultos vão se cansar e ela vai fazer o que quer, como um sinal forte de falta de limites.
Nada de barganha
Prometer um castigo e não cumprir é tão nocivo para a educação do filho quanto fazer pequenas trocas na base da chantagem. "É preciso ser coerente na fala e pensar antes de dar a ordem e a consequência de seu não cumprimento. Ceder por insistência das crianças demonstra falta de autoridade e desfavorece as ordens", conta a psicopedagoga Maria Cecília Galelo Nascimento, professora da Unip (Universidade Paulista).

Dar mais liberdade e alternativas para os filhos agirem é bom desde que haja supervisão e que eles saibam que existem consequências boas ou ruins. "As crianças devem entender logo cedo que os pais mandam, têm maior conhecimento das coisas e são responsáveis por tudo o que fizerem. Pais são diferente dos irmãos ou dos amiguinhos", completa Maria Irene Maluf.

LIÇÕES PARA UM FILHO OBEDIENTE


1. Tenha certeza do que fala. Tanto da ordem que passou quanto de sua clareza e entendimento. Explique objetivamente o que espera que seu filho faça e o que pode acontecer se não obedecer.

2. Crianças contrariadas choram. Elas estão começando a viver dentro da realidade, o que nem sempre está de acordo aos seus desejos. Mas frustração, quando adequada à faixa etária, ensina a superar problemas no presente e no futuro, principalmente se os pais estiverem no comando.

3. Evite falar demais. Crianças não precisam de longos discursos sobre as razões pelas quais podem ou não fazer determinadas coisas. Basta falar: resolvi por que é melhor para você.

4. Saiba escutar seu filho. Ao dar a ordem, use de bom senso quando ele tentar negociar e chegar a um acordo. Assim, a criança se vê cumprindo a ordem e os pais ficam satisfeitos e com autoridade.

5. Cuidado com "sim" e "não". Eles devem ser definitivos, combinados entre os pais e longe dos filhos. Nada pior que um dos pais tirar a autoridade do outro.

6. Seja sensato e firme. Demonstre autoridade com uma fala objetiva e com tom de voz firme, porém amigo. Aja com bom senso ao dar uma ordem. De nada adianta pedir algo que está além da capacidade da criança.

7. Fique em alerta com a desobediência frequente. Isso significa que algo está errado e a frustração dos pais muitas vezes se transforma em palavras e modos rudes. Se perceber que vai perder o controle, saia do ambiente que está com a criança e só volte quando estiver seguro do que falar e fazer.

8. Dê atenção e amor. Pergunte para o filho como foi seu dia, como se sentiu na escola. Se algo estiver errado (fez birra com a professora, por exemplo), avise que ele errou e que pode sofrer um castigo por isso. Elogie bons comportamentos com beijos e abraços. Nada de trocar por presentes e promessas de vantagens.

9. Diga "não" quando for preciso. Sempre de forma educada, controlada e segura. Isso não magoa a criança, não tira a liberdade de expressão, de movimentos ou a criatividade, mas a torna mais confiante e forte.

10. Imponha limites. Os filhos não adivinham o que devem fazer e se sentem inseguros se não tiver alguém tomando conta deles, conduzindo seu comportamento nos momentos de novas experiências. Limites são bons para as crianças e para os pais.

Dificuldades em lidar com a criança desobediente.


A formação educacional dos filhos, principalmente no que se refere à questão de seguir regras e limites impostos pelos pais, têm sido alvo de preocupação por grande parte desses, em virtude das crianças de hoje se apresentarem cada vez mais indisciplinadas e difíceis de lidar.

Perante as dificuldades apresentadas, os pais estão sempre em busca da melhor forma de educar, porém surgem dúvidas constantes de como proceder.

Na verdade, a necessidade de ser mais rígido na educação dos filhos está se tornando uma conduta normal em conseqüência dos inúmeros malefícios que a sociedade vem apresentando.

É fundamental que os pais ou os responsáveis pela formação educacional de um indivíduo, em especial a criança, comece a discipliná-la em casa, sendo a escola responsável por acrescentar valores.

Essa é uma questão importante a ser refletida, em função de muitos pais estarem confundindo o papel da escola quanto à educação do filho, muitas vezes invertendo os papéis, até mesmo devido a correria do dia-a-dia em busca de oferecer melhores condições para a família e automaticamente tornando-se ausente no ambiente familiar.

Considerando que nenhuma pessoa é educada de uma hora para outra, sendo a formação educacional um processo contínuo, alguns requisitos são fundamentais, sendo esses colocados com cautela de acordo com a necessidade de cada um:

• OBJETIVOS: ter consciência que as atitudes que serão tomadas serão com a intenção de educar a criança e, conseqüentemente, propiciar uma relação harmoniosa no ambiente familiar.

• CONHECIMENTO: os pais que possuem crianças acima de 2 anos de idade poderão passar por situações nas quais seu filho irá testá-lo e contestá-lo (birra, choro, esperneio, etc.) constantemente, com a intenção de não cumprir o que foi colocado.

• PACIÊNCIA: ponto de partida inicial para ter bons resultados.

• SACRIFÍCIO: ter em mente que educar exige sacrifício por parte de todos que estão envolvidos, mas principalmente de quem assume o papel de educador.

• ACORDO: é obrigatório que os pais estejam de acordo com as decisões e opiniões colocadas, de forma que jamais um retire a autonomia do outro, tirando a autonomia e mudando as regras. Tal conduta evita que a criança venha a confundir qual a melhor forma de agir, bem como perceber diante da incoerência do que é colocado pelos pais (proibições, explicações, regras, permissões...).

• FIRMEZA: a partir do momento que impor algo, deve sustentá-lo, criando o hábito de firmeza, construindo a segurança da criança.

• PERSEVERANÇA: adquirida na relação cotidiana é fundamental para que alcancem bons resultados. 
Por Elen Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Castigo Funciona?

Há uma enorme diferença entre adquirir disciplina por identificação àqueles a quem se ama, e tê-la imposta autoritariamente.  O que as crianças aprendem com o castigo severo,  é que o poder faz a justiça e quando forem grandes e fortes o suficiente, tentarão  compensar suas mágoas punindo os pais, agindo de maneira a desgostá-los.

Cada criança reage de maneira diferente aos castigos impostos, dependendo de sua personalidade e, sobretudo da natureza de sua relação com os pais, mas não há criança que punida muito severamente, escape ao sentimento de humilhação. Pode aprender a esconder suas atitudes e quanto mais severo o castigo, mais dissimulada ela poderá se tornar.
É comum que os pais tenham dificuldade em ver o filho como uma pessoa separada, com sua personalidade própria, características próprias, por mais parecido que seja física ou no aspecto de temperamento, com o pai ou com a mãe. O filho é ele próprio, com suas características, e é preciso respeitá-lo acima de tudo. Filho não é posse dos pais, assim como também não é boletim dos pais. Há muitas vezes um desejo que até pode ser inconsciente, de que os filhos espelhem as qualidades dos pais, assim como pode também haver um desagrado muito grande pelos defeitos que se repetem. É importante ressaltar que muitas vezes é provável que vá existir conflito, uma vez que, inevitavelmente os pais frustrarão seus filhos em algum momento. Os pais têm que ajudar a criança a lidar com perdas e com uma realidade limitada.
Mas o que fazer com crianças muito pequenas, que ainda não são capazes de compreender uma conversa e que agem muito mais movidas por instintos? Às vezes os pais precisam colocar limites, segurando-a ou tirando-a de perto, para que pare de mexer na bolsa da mamãe, ou puxar o rabo do cachorro. O que não é certo é deixar a sala vazia de enfeites, por exemplo, quando se tem crianças pequenas. Muitas vezes frustrar uma criança pode ser um ato de amor. Mais tarde ela terá que saber enfrentar as frustrações que a vida civilizada impõe! Uma criança sabe quando o castigo é justo e isto pode provocar raiva na hora, mas não provoca rancor.
Todos sentimos raiva, e é importante que possamos suportar as manifestações de raiva dos nossos filhos. Isso não quer dizer que possa quebrar coisas ou dar chutes, mas que fique brava é muito natural. Assim como os pais também podem ficar bravos e ter raiva da criança que não está obedecendo. Mais tarde quando a criança já está maior, e faz algo que desagrada os pais, manda-la pensar no quarto durante alguns minutos (variando esses minutos dependendo da idade da criança), pode ser uma atitude muito amorosa. A criança vai ficar sozinha, triste, e mais tarde o pai, ou a mãe, deverá ir lá para saber o que foi que ela pensou. Aí então, talvez até haja condições de se ter uma conversa.
A criança vai aos poucos se  identificando e internalizando os valores dos pais, uma vez que a melhor maneira de ser amado por eles é fazer o que eles aprovam. A única disciplina efetiva é a autodisciplina, motivada pelo desejo interior de agir de maneira a ser agradável aos pais. Se na relação da criança com seus pais, prevalece o amor, ela vai querer viver em certa harmonia com eles o que mais tarde vai corresponder a ficar bem a seus próprios olhos, de acordo com seus próprios valores, de maneira a sentir-se bem consigo mesmo – ter uma “boa consciência”. Isso se fundamenta em valores que internalizamos porque amamos, admiramos e desejamos ser amados por essas pessoas que significam tanto para nós.
Quando uma criança é freqüentemente agredida e desrespeitada, ela pode aprender a responder na mesma medida, e como ela não pode bater nos próprios pais, porque é mais fraca, ela vai fazer tudo para desagradá-los, e isso criará dentro dela mesma, uma auto- imagem de que ela é má, que ela tem algo de errado e que não merece ser amada. Isso vai se tornar um círculo vicioso, que resultará num profundo ferimento da auto estima.
É importante que os pais possam tratar os erros dos filhos, como o que realmente são, e não como catástrofes. A criança pode ter feitouma coisa realmente muito errada, mas isso não significa que ela é errada. Existe uma diferença! Se eu digo: “Isso que você fez, meu filho, é uma besteira, por isso e por aquilo, etc.”;  é diferente de dizer: ”- Você é um idiota”.
Essas coisas são muito complexas, porque um pai que se sente um “idiota”, ou seja, que tem, ele mesmo, uma auto-estima muito rebaixada, pode projetar todo esse seu sentimento de desvalia no próprio filho, produto seu, e então o filho também não vai prestar a seus olhos. Esse sentimento do pai é dia por dia assimilado pelo filho que também vai se sentir muito desvalorizado.
Um pai que foi educado muito severamente pode ou fazer o mesmo com o filho, numa espécie de vingança, ou então pode ocorrer uma outra coisa tão prejudicial quanto, que é o pai dar tudo o que não pode ter a seu filho e vingar-se por assim dizer do próprio pai, projetando-se no filho e super mimando a criança tornando-a incapaz de se frustrar.
Estamos falando da qualidade da relação entre pais e filhos. Os pais devem olhar para dentro de si e se questionarem se estão orgulhosos de si mesmos, pois  isso os tornará capazes de amar seus filhos respeitando tanto seus sucessos como também suas dificuldades.
Não é só a consciência que nos diz para não agir errado porque podemos ser castigados. A consciência efetiva nos motiva a agir certo, porque sabemos que de outra forma sofreremos toda a dor, tristeza e remorso de nos sentirmos mal com nossos próprios valores.
Apesar de nossos sentimentos interiores serem o que há de mais importante nesse aspecto, existem também alguns ingredientes externos que apóiam nossa capacidade de nos respeitar. Ou seja: o desejo de ganhar e preservar a estima de outras pessoas cuja opinião valorizamos. Se não damos valor à visão positiva que têm de nós, então o que pensam não terá a mínima importância. Assim, o objetivo dos pais, deve ser o de fortalecer o amor próprio de uma criança e torná-lo tão forte e relevante que impedirá pela vida toda, que o jovem aja erradamente.
A voz da razão precisa ser cuidadosamente cultivada e mostrada de maneira atraente para as crianças, de maneira que possa ser ouvida. Não é gritando que a criança vai ouvir.  Nossa tarefa é criar uma situação em que a razão possa ser ouvida  com voz macia e considerada com atenção.
É muito vantajoso para todos pensar que quando se está irritado, não se raciocina.  É claro que todos os pais, ficam por vezes irritados com os filhos. Muitas vezes deixar para conversar depois que a emoção do momento já tenha passado, pode ser uma solução, quando se vai perder a cabeça.
Não é fácil escrever um artigo sobre castigo, e também é importante saber que o que importa é que os pais sejam suficientemente bons, sabendo que ninguém é perfeito e que muitas vezes os pais também não são capazes de controlar seus sentimentos inconscientes. Por isso, quando esta tarefa está muito difícil, é preciso pedir ajuda a um profissional que poderá ver com mais neutralidade toda a situação e esclarecer o que for preciso.
Um trabalho de orientação de pais às vezes pode ser útil para evitar que a criança apresente problemas mais tarde.

.......Nossos filhos não são nossos filhos,
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma,
Vêm através de nós, mas não de nós,
E embora vivam conosco, não nos pertencem.
Podemos outorgar-lhes nosso amor, mas não nossos pensamentos,
Podemos abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Podemos esforçar-nos para sermos como eles, mas não podemos fazê-los como nós.
.......Somos os arcos dos quais nossos filhos são arremessados como flechas vivas,
       Que nosso encurvamento nas mãos do arqueiro, seja nossa alegria.
                                                                                     (Khalil Gibran)

Cuidado especial com privacidade protege crianças na Internet; veja dicas

A Internet é repleta de conteúdo impróprio para crianças, mas isso não elimina o fato de que os pequenos estão cada vez mais conectados. Entretanto, sem o olhar mais atento de um adulto, as crianças acabam sendo um alvo fácil para armadilhas virtuais de todos os tipos. 
Mas não é preciso (e nem possível) privar os menores de acessar a rede que, afinal de contas, tem muitas ferramentas úteis para eles. Alguns cuidados podem e devem ser tomados para fornecer um ambiente seguro para a navegação das crianças na Internet.
TechTudo listou as melhores dicas da Norton, fabricante de antivírus, para crianças:
Crianças brincam com Yoomi Duo no iPad. (Foto: Divulgação)Crianças brincam no iPad, acesso à Internet requer cuidados dos pais (Foto: Divulgação)
1. Converse com as crianças sobre cibercrime
Pode parecer óbvio, mas muitos pais não falam sobre cibercrimes com seus filhos, muitas vezes por considerar que as crianças usam a Internet melhor que eles próprios. Se este for o seu caso, informe-se antes sobre os melhores procedimentos para uma navegação segura. Há dicas valiosas em e-books ou artigos voltados especificamente para web o Facebook.
É importante que, na hora da conversa, o responsável deixe passe tranquilidade e deixe claro que não castigará caso ocorra algum deslize na web. Desta forma, a criança se sentirá mais seguro para lhe contar quando tiver infectado sem querer o computador com algum malware.
2. Ensine seu filho a se deslogar de qualquer sistema
Grande parte do cyberbullying é cometido por amigos ou familiares, geralmente irmãos, com acesso à conta da criança no mesmo computador. Para evitar isso, ensine seus filhos a finalizarem a sessão de qualquer sistema em que estiverem logados. Seja rede social, site de jogos ou web e-mail. Da mesma forma, instrua-o a não compartilhar senhas com ninguém.
Crianças e redes sociais (Foto: Reprodução)Crianças e redes sociais, é bom configurar a privacidade (Foto: Reprodução)
3. Altere as configurações de privacidade da rede social
Crianças e adolescentes tendem a compartilhar muitas informações pessoais no Facebook e outras redes sociais. Peça para seu filho acessar as configurações de privacidade da conta e, junto com ele, crie restrições. Ao fazer as limitações, como tornar fotos visíveis apenas para amigos, por exemplo, explique as razões e consequências benéficas desses atos. De tempos em tempos, verifique com ele se as configurações permanecem inalteradas e seguras.
4. Ensine a criança a desconfiar dos links
Navegar pela web é garantia de se deparar com uma infinidade de links, muitos deles maliciosos. Não clique e ensine seu filho a fazer o mesmo em links de sites que você não confia e não abra e-mails de destinatários desconhecidos ou de propaganda não solicitada. Peça para que a criança, ao receber conteúdo suspeito, confirme com o amigo, através de outro meio de comunicação, se foi ele mesmo ou serviço quem mandou a mensagem.
Cuidado especial com privacidade protege crianças na Internet (Foto: Reprodução) (Foto: Cuidado especial com privacidade protege crianças na Internet (Foto: Reprodução))Cuidado especial com privacidade protege crianças na Internet (Foto: Reprodução)
5. Tenha um bom software de segurança
Ainda de acordo com a Norton, todas as dicas acima só irão funcionar se, simultaneamente, seu computador estiver protegido com um bom software de segurança. Muitos programas contam, inclusive, com ferramentas de controle dos pais, que facilitam estabelecer o limites de tempo online e bloqueiam sites com conteúdo impróprio, violento e sexual para menores.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Saiba como prevenir-se do abuso sexual em crianças

Segundo a ONG Safernet, atualmente são feitas 500 denúncias por dia de exploração da pornografia infantil na Internet. O crime agora virou objeto de CPI criada pelo Senado Federal.
O abuso sexual às crianças acontece na família, principalmente através de pai, padrasto, irmão ou outro parente, e depois pessoas ligadas a esse núcleo.
É importante observá-los, muitas vezes por falta de trabalho ficam muito próximos às crianças. Mas a casa de amigos, vizinhos, professor, padre, pastor podem ser locais onde o abuso pode acontecer.
Nos casos de abuso sexual a criança é forçada fisicamente ou coagida verbalmente a participar da prática sexual sem ter ainda sua capacidade emocional e/ou cognitiva suficientemente desenvolvida para consentir, negar ou julgar o que está acontecendo.
Abuso sexual
O abuso sexual ocorre em todas as classes sociais. E é definido como qualquer conduta sexual que ocorra com uma criança por parte de um adulto ou por outra criança mais velha. Em geral entre 3 e 4 anos mais velha, já se fala em abuso. Pode ocorrer por contato oral-genital (na criança ou no adulto), o esfregar/roçar os genitais do adulto na criança, toques nos genitais da criança ou coerção para que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha ou adolescente, ou chegar à penetração vaginal ou anal na criança. Mas outras atitudes como mostrar os genitais a uma criança, incitá-la a ver material pornográfico, ou utilizá-la para elaboração de material de natureza pornográfica também é crime.
Assusta ver que pessoas tão próximas possam ser autoras de crimes contra nossas crianças. Mais assustador ainda é sabermos que o número de abusos sexuais em crianças denunciado nas estatísticas, é bem inferior à realidade dos fatos. Isso ocorre pois a maioria desses casos não é conhecida. As crianças têm medo de contar o que aconteceu, pois em geral são ameaçadas por quem abusou e temem - muito - represálias, principalmente se for da família. Elas ficam confusas e temerosas de contar o fato com medo de serem consideradas culpadas.
Há também o medo que a família desintegre-se. Apesar da agressão do abuso, esse núcleo familiar é a única referência de sua vida.
O dano emocional e psicológico resultante dessas experiências tende a ser muito prejudicial à vida emocional e sexual futura. Poderão surgir problemas sérios de comportamento como dificuldade em estabelecer vínculos de confiança e relações estáveis com outras pessoas. Poderão surgir problemas de marginalidade, tornarem-se adultos abusadores e direcionarem-se à prostituição.
Identifique a ocorrência de abuso
- Alterações bruscas no comportamento, no apetite ou no sono;

- Desejo repentino da criança em se manter isolada, evitando contato com amiguinhos e familiares;

- A criança se mostrar agitada, muito incomodada e perturbada quando há possibilidade de ficar no mesmo local com uma determinada pessoa;

- Medo desproporcional frente à necessidade de um exame físico;

- Começar a achar que têm o corpo sujo ou contaminado;

- Interesse excessivo ou evitação no contato com seus genitais;

- Rebeldia, agressividade excessiva;

- Podem chegar a um comportamento suicida ou de automutilação.
Por isso é necessária muita atenção no sentido de protegê-las.

Prevenção
Família e escola precisam ter atitudes preventivas no sentido de evitar ou extirpar a ocorrência de abusos.

Para muitos é estranho ter que falar sobre sexualidade com as crianças, mas é importante saber que não temos que estimular a sexualidade, mas sim ensinar a criança a gostar de seu corpo e aprender a respeitá-lo, cuidando de sua saúde, higiene e evitando acidentes, como por exemplo, não se
machucar com objetos cortantes.
Para isso é necessário que a criança tenha um vínculo de confiança com essa pessoa que orienta e saiba que poderá procurá-la para perguntar ou contar algo sem tomar ‘bronca’ ou ser criticada.

Explique à criança que o corpo dela precisa ser cuidado por ela e que ela deve ser cuidadosa e desconfiar se alguém tentar tocá-lo, inclusive as partes íntimas; ou ainda pedir para fazer coisas no seu corpo ou no de outra pessoa, que não seja brincar junto com todo mundo.
É preciso orientar a criança que se afaste dessa pessoa e procure a mãe, irmã mais velha, uma avó ou a professora e conte o que aconteceu. Orientar as crianças para não terem vergonha e se preciso até gritar ou correr em situações em que sintam-se ameaçadas.
Os adultos precisam ser respeitados, mas isso não significa que as crianças tenham que obedecer e fazer tudo que eles mandam. Principalmente se isso envolver tocar, manipular, beijar ou machucar o corpo e se a criança não se sentir bem.
O velho ensinamento de não aceitarem convite por dinheiro, presente ou agrado, de quem conhecem ou não, para fazerem ‘coisas’ com o corpo é fundamental.
É difícil em muitas situações evitar o abuso sexual, devido à proximidade do abusador. Não receie pedir que outros adultos ajudem a olhar as crianças.

Procure conhecer os amigos de seus filhos e suas famílias e também estimule as crianças a não ficarem isoladas, procurando ficar em grup
o. 

Crianças sofrem chantagem para praticar atos sexuais online, diz ONG

  • BBC
    Vítimas acabam sendo intimidadas após mandar fotos online
Centenas de crianças e adolescentes ao redor do mundo têm sofrido chantagem para praticar atos sexuais e compartilhar fotos pornográficas pela internet, alega um relatório divulgado nesta sexta-feira pela ONG britânica Centro contra a Exploração de Crianças e de Proteção Online (Ceop).
Os abusadores, diz a ONG, convencem suas vítimas a enviar fotos de si mesmas com teor sexual. Feito isso, ameaçam mandar as imagens para pais e amigos das vítimas caso estas se recusem a continuar a conversa online.
Andy Baker, porta-voz da Ceop, diz que a organização já teve conhecimento de casos do tipo envolvendo 424 jovens e crianças ao redor do mundo - algumas de oito anos de idade.
A chantagem, segundo ele, já levou sete crianças a cometer suicídio e outras sete a se autoflagelar seriamente.

'Lado escuro'

Os abusadores geralmente iniciam a conversa se fingindo de crianças ou de pessoas do gênero oposto das vítimas.
O relatório da Ceop diz que as conversas começam em sites abertos ou redes sociais e logo são levadas a fóruns privados, "onde ganham teor sexual".
"(O abuso) avança rapidamente", diz Baker à BBC, alegando que em menos de cinco minutos o abusado online "vai de 'oi, você quer tirar sua roupa' a alguém cometendo autoflagelo".
Uma vez que as vítimas enviam imagens sexuais de si mesmas, a chantagem começa, com pedidos de mais fotos de teor sexual - algumas envolvendo autoflagelo - ou até mesmo pedidos de somas em dinheiro, sob a ameaça de as imagens comprometedoras serem enviadas a conhecidos da vítima.
Em um dos casos, um dos acusados de abusos chegou a arquivar as imagens pornográficas que recebia de crianças em uma pasta nomeada "escravos".

Operação K

Entre os 424 jovens e crianças que sofreram chantagem, 322 deles – principalmente meninos entre 11 e 15 anos, oriundos de todo o mundo – foram descobertos em uma única investigação neste ano, chamada de Operação K.
Os criminosos usavam mais de 40 perfis falsos online e outros tantos endereços de e-mail para perpetrar os abusos, diz a Ceop.
O esquema foi descoberto por autoridades britânicas depois que uma rede social identificou atividades suspeitas e uma criança avisou seus pais.
Na Grã-Bretanha, o assunto ganhou especial relevância em agosto, após o suicídio de um garoto de 17 anos vítima de chantagens.
Daniel Perry pensava estar trocando mensagens e fotos com uma menina de sua idade, até que os abusadores pediram dinheiro para não tornar essas imagens públicas. Ele acabou se jogando de uma ponte.
Logo após sua morte, sua mãe disse que ele era "um menino feliz, não estava deprimido, e não era o tipo de pessoa que você pensaria que iria tirar a própria vida. Queria que ele tivesse me procurado (e contado o ocorrido)".

Prevenção

É importante que pais eduquem a si mesmos e a seus filhos a respeito de configurações de privacidade e denúncias de eventuais abusos na internet, adverte Scott Freeman, fundador da ONG antibullying online Cybersmile.
Segundo ele, é importante que as crianças e jovens entendam que não devem falar com pessoas que não conhecem e não devem passar "de plataformas públicas a privadas".
Por outro lado, Freeman opina que os provedores de internet precisam ser mais proativos para coibir abusos, ressaltando que alguns "já começam a adotar procedimentos do tipo".
A Ceop, por sua vez, adverte que os jovens vítimas de abusos online podem, além de ter mais propensão a se autoflagelar, se tornar mais agressivas e introspectivas.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dicas para os pais do século XXI

Dicas para os pais do século XXI
Nascer, crescer, constituir família, envelhecer e ter o privilégio de ver os descendentes reiniciar o ciclo. Assim é a vida, um constante evoluir e transformar. Somos partes integrantes deste organismo vivo no qual somos inseridos desde que nascemos: as sociedades com seus costumes, valores morais, sociais e religiosos.
Ao observar a passagem dos tempos vemos, claramente, que os anos se incumbiram de mudar a compreensão do que é ser pai e a importância deste papel. O conceito do que é ser o “paizão” do século XXI em nada se parece com a idéia que tínhamos do pai austero e enérgico do passado. O pai que disciplinava os filhos com apenas um olhar, cedeu lugar ao pai camarada e, por vezes, mais flexível.
Com a maior participação feminina no mercado de trabalho, a dinâmica dos casais na criação dos filhos apresentou, sob determinado ponto de vista, um salto qualitativo, uma vez que os homens passaram a se envolver mais diretamente com tarefas que antes eram consideradas do domínio feminino. Tal mudança permitiu aos homens se aproximar mais dos filhos, do ponto de vista físico e emocional, deixando de ser, apenas, o pai provedor.
No entanto penso que “Ser Pai” envolve habilidades tão complexas como as de ser mãe. E infelizmente, não recebemos treinamento formal para desempenhar nenhum dos papeis – seja ele ser pai ou ser mãe!
Em geral, a primeira lição do que é ser pai ou ser mãe acontece apenas quando nos tornamos pais. E a frase clichê escorrega por entre os lábios sem que a gente perceba ou consiga impedir: “Hum… Agora sim eu começo a entender meu pai!”.
Ah, quem já não experimentou esta emoção forte e sentiu os olhos se encherem de lágrimas de agradecimento e respeito aos “velhos pais” ao segurar o filho ou a filha que acabou de nascer?! O coração bate forte e a vida que ali se inicia parece trazer consigo o antigo manual “ser pai”, com apenas algumas poucas atualizações!
Sob a luz dos novos conhecimentos nas áreas sociais, psicológicas e filosóficas, se tivéssemos a oportunidade de refinar as habilidades para ser pai, eu incluiria alguns tópicos que julgo ser imprescindíveis:
1 – Aprendemos por imitação – Estudos ligados à mente e a psicologia nos mostram que a natureza humana age por imitação. Costumes, valores morais, sociais, idéias, músicas, moda, enfim, tudo nós copiamos. Crianças não são diferentes e agirão por imitação. Eles são como esponjas e observam tudo. Portanto, preste muita atenção ao que diz e faz, principalmente quando estiver na presença dos filhos, e pense a respeito do tipo de exemplo que deseja dar. A educação é silenciosa!
2 – Evite críticas diretas à criança e coloque o foco no comportamento – As crianças precisam saber que são amadas e respeitadas. Portanto, é importante reforçar a idéia de que a amamos. Especialmente nos momentos em que reprovamos um determinado comportamento. Por exemplo, podemos dizer: “Amo muito você, mas o seu comportamento pode mudar e melhorar!” Ao mesmo tempo, as crianças precisam não somente ser ensinadas o que é certo ou errado de acordo com os códigos sociais e éticos de onde vivemos, mas também é importante que os pais demonstrem e vivam sob os mesmos princípios.
3 – Estabeleça limites – Como hora de dormir, brincar e estudar. Desta forma eles compreenderão que são amados e saberão que alguém se importa com eles. Mesmo que se rebelem contra as regras, saberão que têm pais presentes e que os ama.
4 – Divirta-se com as crianças – Ser pai envolve grande responsabilidade, mas também pode e deve ser divertido. Mostre as crianças que você curte ser pai. Não permita que outras responsabilidades ou interesses o impeça de passar tempos preciosos com seus filhos. Se não o fizer enquanto são jovens, depois será muito mais difícil estabelecer laços de intimidade.
5 – Ouça se quiser ser ouvido – Demonstre interesse pelo seu filho e se envolva na vida dele. Ouça o que ele tem a dizer. Crie um ambiente onde ele se sinta confortável de vir até você com um problema pequeno ou grande.
E para finalizar, se tudo ficar muito complicado e difícil. Respire fundo, conte até 1000, invista na habilidade de ter muita paciência e compreensão de que vida, a partir do dia em que você se tornou pai, passou a ser a respeito dele e não você! A verdade é que pais e mães vivem para os filhos!