sábado, 31 de agosto de 2013

Sete erros dos pais na hora de impor limites

Os equívocos mais comuns dos adultos quando as crianças precisam ouvir um “não” – e as dicas para evitá-los

Especialistas dão dicas para impor limites em crianças

Para os pais não acharem que estão em um beco sem saída, listamos alguns dos erros mais comuns cometidos nestas horas. Saiba quais são e como evitá-los
1. Não faça ameaças se não for cumpri-las
Antes de dizer que o filho desobediente ficará sem sorvete até o ano que vem, os pais precisam pensar – de verdade – se poderão cumprir a promessa. Ameaçar e não cumprir, para o psicólogo Caio Feijó, autor do livro “Pais Competentes, Filhos Brilhantes – Os Maiores Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais para Prevenir essas Falhas” (Novo Século Editora), gera filhos que perdem o respeito pelos pais. Se ele não se comportou direito, melhor vetar aquela festinha do amigo que está próxima – e cumprir – do que proibir que ele jogue videogame para sempre.
Dica: Transforme ameaças em avisos, passando a mensagem sem violência. 
2. Não ceda
Não vale ser indulgente com a indisciplina do filho porque você trabalha fora e se sente culpada, nem por achar que ele deixará de amá-la – medos bem comuns, segundo a psicóloga Dora Lorch, autora do livro “Superdicas para Educar bem seu Filho” (Editora Saraiva). Se uma posição foi determinada, não volte atrás. A postura, segundo Caio Feijó, é essencial para as crianças não serem tão resistentes com os limites impostos.
3. Evite recompensas
O comportamento adequado não é uma moeda de troca. Os pais não devem prometer um brinquedo novo para o filho se comportar em um restaurante. “Dessa forma ele acreditará que tudo na vida se resolve negociando”, afirma a psicóloga e pedagoga Regina Mara Conrado, autora do livro “Filhos e Alunos sem Limites: Um Desafio para Pais e Professores” (Editora WAK) ao lado de Lucy Silva.
Dica: Não coloque a recompensa como um prêmio, mas saiba reconhecer a boa conduta da criança com palavras. Presentes não são proibidos, mas o psicólogo e terapeuta familiar João David Cavallazzi Mendonça sugere dá-los só às vezes.
4. Não dê ordens dúbias para a criança
Para o psicoterapeuta e educador Leo Fraiman , os pais que não decidem juntos os padrões da educação do filho cometem um grande erro. Se a mãe diz que o filho não deve ir dormir mais tarde em dia de jogo do time preferido e o pai acaba deixando, a criança não irá entender o que deve fazer.
Dica: Os pais devem decidir as regras a dois – e cumpri-las. 
Frustrações na infância ajudam a criança a lidar melhor com adversidades no futuro
5. Seja firme e paciente
Frustrar a criança a ajudará a lidar com as adversidades da vida no futuro. “Dizer ‘não’ é prerrogativa e obrigação dos pais quando necessário”, diz Caio Feijó. Portanto, os pais devem ser firmes em suas ações e não deixar para resolver um problema depois que ele já passou. Resolver de cabeça quente também não adianta: diante de um comportamento inadequado, insista e, se necessário, conte até mil. Mas sempre evite dizer que a criança é malcriada e não faz nada direito.
Dica: “É mais seguro sugerir que aquilo que ela fez foi errado e é melhor não se repetir”, diz João David. 
6. Não se prolongue demais nas explicações
De acordo com Regina Mara Conrado, é importante pontuar o porquê dos limites, mas não é necessário contar uma novela enquanto a criança reluta. “Se os pais se estendem na justificativa, acabam se perdendo e cedem à insistência da criança”, diz.
Dica: Seja claro e objetivo sobre por que a criança ouviu um “não”, mas adapte a explicação à capacidade de compreender dela.
7. Não insista se não tiver razão
Existem coisas que não se obriga. Se seu filho não gosta das aulas de judô, não há razões para insistir. Dora Lorch recomenda aos pais perceber quando a criança precisa de acolhimento em vez de imposição. Ela pode estar sendo intransigente por estar sofrendo bullying na escola, por exemplo.
Dica: Esteja próximo a seu filho para saber diferenciar indisciplina de apreensão. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Excesso de proteção faz mal ao seu filho

Boa parte das crianças e adolescentes brasileiros vive como dentro 
de uma bolha, protegida dos aspectos mais triviais da realidade. 
É preciso dar-lhes autonomia, porque o maior risco é criar 
uma geração despreparada para a existência

Montagem sobre fotos Istockphoto e Pedro Rubens

A preocupação com a segurança da prole é de ordem biológica: sem ela, nenhuma espécie animal conseguiria reproduzir-se e perpetuar-se. No âmbito humano, durante milhares de anos, os cuidados com as crias seguiram o padrão dos mamíferos em geral: eram interrompidos quando elas começavam a tornar-se capazes de alguma autodefesa e de ajudar seus pais na obtenção de comida. A preocupação atual com os filhos – e sua exacerbação, a superproteção, assunto desta reportagem – tem origem histórica bem definida. No Ocidente, a infância e a adolescência, tais como as conhecemos, são uma criação econômica e cultural do fim do século XVIII, período imediatamente posterior à Primeira Revolução Industrial na Europa. Até então, crianças e adolescentes, assim considerados em suas limitações e peculiaridades, existiam apenas nas classes mais abastadas, nas quais eram educados com esmero por serem herdeiros da fortuna da família e para que pudessem representá-la apropriadamente na idade adulta. Meninos e meninas até 14, 15 anos, oriundos dos extratos sociais mais baixos, eram tidos só como "gente pequena" – e, portanto, sujeita a trabalhos tão pesados quanto o permitisse a sua força física. Com o avanço tecnológico, que resultou em máquinas que substituíram as atividades braçais e na necessidade de formar artesãos e operários qualificados para manusear equipamentos complexos e atender aos padrões de qualidade cada vez mais altos da indústria, o exército de crianças e jovens pobres passou a ser alvo de uma preocupação inédita: a de que crescessem saudáveis e pudessem, desse modo, ser adestrados para servir como a mão de obra requerida pelos novos tempos. Foi da vertente econômica que nasceram os conceitos de infância e adolescência – os quais, mais tarde, ganharam contornos mais delicados, complexos, graças às descobertas da pediatria, da psicologia e da pedagogia.
Com as crianças e os adolescentes, surgiu ainda uma rede de proteção tanto no plano jurídico como no familiar. Leis foram feitas para preservar o direito à integridade física e mental dos menores de idade (aliás, uma concepção originada daquelas de infância e adolescência), e pais e mães passaram a ser mais ciosos da saúde e da educação de seus filhos. Não seria inapropriado dizer que o amor maternal e paternal, no plano mais geral, é fruto das mudanças provocadas pela Revolução Industrial. Ultrapassadas as portas do século XXI, o que aterroriza muitos pais é ver suas crianças e jovens atingidos por violências que, até os estertores do século XVIII, não fariam seus congêneres perder o sono – e que não assombram, para além da medida, a maior parte das famílias atuais. Ou seja, com a infância e a adolescência, não nasceram somente os pais responsáveis, mas também os pais assustados e, por consequência, superprotetores. "Eles podem ser tão prejudiciais para a formação emocional de seus filhos quanto pais negligentes", diz a psicóloga Ceres Alves de Araujo.
No Brasil, os superprotetores temem, sobretudo, o risco de sequestros, assaltos e acidentes e a oferta abundante e livre de álcool e drogas. Há, no entanto, um limite entre a preocupação aceitável e a excessiva, que pode fazer mais mal do que bem a uma criança ou adolescente. Quando a criança é pequena, é razoável ter medo de que ela se machuque no parquinho, mas é inaceitável um pai ou mãe que não a deixe brincar na casa de um amigo de escola, longe de sua vista. É compreensível ficar com o coração aflito nas primeiras vezes que o filho de 18 anos sai de carro sozinho – no entanto, trata-se de um exagero evidente negar a ele esse tipo de liberdade. Hoje, uma família de classe média pode erguer um muro em torno de seus filhos – incluído o não metafórico. Para tanto, os pais superprotetores valem-se de recursos tecnológicos, como o celular que permite monitorar as andanças da moçada, e da nova dinâmica familiar, mais aberta e propensa ao diálogo. Íntimos como nunca de seus filhos, eles se utilizam dessa proximidade de amigo justamente para controlá-los. E abandonam a parte mais difícil da paternidade, que é deixá-los seguir em frente. Tais pais "amigos" conhecem ou já identificaram no Orkut ou no Facebook cada um dos colegas do filho, e não veem problema nessa invasão de privacidade.
Aparentemente, um filho sob a vigilância irrestrita dos pais está mais seguro. Mas há um risco na vida sem riscos, o que inclui atender a todos os pedidos da criança ou do jovem. Pais que adotam para si e para seus filhos esse tipo de estratégia ignoram uma peça-chave do desenvolvimento humano: a autonomia. É aquela capacidade – e sensação poderosa – de fazer escolhas. E também de aceitar seus próprios limites e reconhecer que, não raro, as escolhas podem estar erradas. Num artigo recente, o psiquiatra americano Michael Jellinek, professor de Harvard e chefe da psiquiatria infantil do Hospital Geral de Massachusetts, escreveu que, do momento em que um bebê nasce até a hora em que ele entra na faculdade ou sai de casa, a questão central de sua existência é conquistar independência. Tirar isso de um filho pode ser uma viagem sem volta. "Vemos o tempo todo exemplos de crianças que finalmente quebram a bolha em que vivem e se transformam em adolescentes rebeldes além do aceitável, um atalho para que se tornem adultos frustrados", disse ele a VEJA.
Em geral, os pais superprotetores são inseguros e ansiosos. Temem que seus filhos deixem de amá-los, esforçam-se para não fracassar em sua educação e têm pavor de ser julgados por parentes e amigos. Tudo somado, excedem-se na ânsia de acertar sempre. "O exercício da paternidade passou a ser visto sob a ótica de um julgamento social, dos mais rígidos e seletivos", diz o psicólogo Luis Russo. "Assim como hoje se exige que as pessoas sejam bem-sucedidas, saudáveis e magras, é preciso ser um pai exemplar de um filho idem", afirma. Trata-se de um fenômeno bastante atual. Nos Estados Unidos, pais com esse perfil ganharam o nome dehelicopter parents, ou "pais helicópteros". Eles pairam sobre a vida das suas crianças com enorme estardalhaço. O assunto foi tema de capa da revista americana Time em novembro passado. "Se o filho tira uma nota que os desaponta, vão direto à escola e exigem que ela seja mudada. Quando ele esquece um livro ou uma apostila em casa, correm para levá-lo à escola. Dessa forma, não permitem que ele sinta o constrangimento que serviria de alerta para que se lembrasse de tomar conta de sua vida", disse a VEJA a americana Hara Estroff Marano, editora da revista Psychology Today.
Atualmente, a escola é o único espaço em que boa parte das crianças e adolescentes tem, de fato, de assumir responsabilidades. Ao passarem pelos portões escolares, deixam o posto de príncipe ou princesinha da família para se tornar um entre tantos outros alunos. É um dos grandes pesadelos dos pais superprotetores: a exemplo do que ocorre na vida doméstica, eles exigem tratamento individualizado na escola. Sua interferência na rotina pedagógica é uma realidade que irrita professores e diretores. "Já recebemos ligações de pais indignados com uma discussão no pátio antes mesmo de os inspetores nos avisarem da briga", conta Vera Malato, coordenadora do departamento de orientação educacional do Colégio Bandeirantes, em São Paulo. Sim, em certos momentos de dificuldade, os filhos recorrem ao celular em que estão gravados os números de papai e mamãe.
Como efeito colateral da superproteção, os especialistas em educação infantil começam a notar um aumento no número de crianças ansiosas e inseguras. Não é difícil identificar uma delas em sala de aula: é a que pede atenção e aprovação para cada tarefa que realiza. Consulta os professores com frequência quase insuportável. Fora da sala, tem medo de se machucar no parquinho (mesmo essa excrescência americana que é o playground de chão emborrachado), evita ir sozinha ao banheiro, pede ajuda a todo momento. Tamanha dependência está na raiz da baixa autoestima. O problema é tão presente nas escolas que, em algumas delas, como a paulistana Emilie de Villeneuve, são feitas atividades para estimular a autonomia dos pequenos. Há, por exemplo, um "acampadentro", em que alunos de 5 e 6 anos passam uma noite na escola e são incentivados a tomar decisões simples como o que trazer, em que cama dormir e o que comer no café da manhã. Parece incrível, mas, para muitos, o ato da decisão é um tormento. Em outra iniciativa da escola, o aluno adolescente que falta à aula por motivo de doença é convidado a explicar, ele mesmo, a ausência. "Nossa ideia é que crianças e adolescentes tomem a iniciativa antes de levar as questões para o pai ou a mãe", diz Luiza Cesca, diretora do colégio.
Pergunte a um pai superprotetor por que ele age assim e a resposta será: "Só quero o melhor para o meu filho". O perfil desses pais, segundo os psicólogos consultados por VEJA, é o seguinte: nascidos na década de 60 – em geral, a partir de 1964 –, têm filho único ou filhos com grande diferença de idade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as famílias brasileiras têm, em média, 1,8 filho. Nos anos 70, eram 6,2 filhos. Um quarto das mães tem filho único. Elas demoraram a ter o primeiro herdeiro, que foi ansiosamente desejado e aguardado: 26% das crianças nascidas em 2008 eram filhos de pais com mais de 30 anos. Ou seja, as crianças – mais escassas – se tornaram mais "preciosas". Na casa da família paulista Toscano, cada passo de Matheus, de 13 anos, é dado sob o olhar atento dos pais. Fazer trabalho na casa dos amigos, nem pensar. "Não vejo necessidade. A maioria das mães trabalha fora e sei que a empregada não vai tomar conta", diz sua mãe, a representante comercial Dalva, de 48 anos. Só há pouco tempo o garoto recebeu autorização para esquentar a própria comida no micro-ondas. A mãe sugeriu que ele lavasse o prato depois do almoço, mas o pai vetou: "Ele tem medo que o Matheus se corte. Até hoje meu marido amarra o tênis do filho antes do jogo de futebol", afirma Dalva.
Histórias assim são comuns nos consultórios de psicólogos e pediatras. "A maioria desconhece – ou prefere ignorar – as aptidões do filho. Acredita que ele não tem idade para executar tarefas para as quais já está capacitado", diz o pediatra Ricardo Halpern, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Certa vez, ele atendeu um menino de 10 anos que enfrentou uma situação constrangedora quando, durante uma excursão, pediu à professora que cortasse o seu bife. "A criança corre o risco de ser excluída do grupo por ser diferente das outras", afirma. Quando, durante uma partida de futebol, os pais tiram satisfação com o técnico por deixar o filho no banco de reservas ou com um colega por não passar a bola, estão tentando, erroneamente, poupá-lo de frustrações. "As crianças superprotegidas acham que os outros resolverão todos os seus problemas. Por isso, o risco de se tornarem compulsivas ou entrarem no universo das drogas é maior. Com elas, conseguem a sensação de mundo cor-de-rosa que os pais proporcionavam enquanto as mantinham dentro de uma bolha", explica a psicóloga Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo.
A ciência começa a voltar sua atenção para os efeitos da superproteção no cérebro e no comportamento de crianças e adolescentes. Parece exagero? Não é. Há casos como o do menino Ivan (nome fictício), de 9 anos, que foi alimentado à base de papinha até os 3 anos. De tanto ouvir seus pais dizerem que ele poderia engasgar com comidas sólidas, o garoto passou a recusar tudo o que não fosse apresentado a ele na forma de sopa ou mingau. Ivan pode ter superado completamente essa deficiência. Mas algo em sua habilidade motora e em sua confiança pode ter sido afetado. Até bem pouco tempo atrás não se sabia disso, mas a falta
de brincadeiras livres, sem a interferência de adultos, pode prejudicar o bom desenvolvimento das faculdades cognitivas. Há riscos também no excesso de preparação estudantil dos filhos. Um pai pode e deve estimular seu filho a ter atividades extracurriculares. Mas o excesso não deixa de ser um ato de superproteção e, como tal, não faz bem. Uma pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá, publicada no início deste ano, mostra que o nível de controle dos pais pode determinar se a criança terá uma relação harmoniosa ou obsessiva com um determinado hobby ou atividade esportiva. "Descobrimos que adultos controladores podem estimular comportamentos obsessivos em seus filhos ao ensinar-lhes que a aprovação social só se consegue por meio de excelência", escreveu uma das autoras do estudo, a psicóloga Geneviève Mageau.
Outro estudo mostra que a falta de obrigações dentro de casa tem criado uma geração pouco preocupada com o próximo. E o pior: os pais estão relutantes como nunca em pedir ajuda doméstica aos filhos. De acordo com os psicólogos ouvidos por VEJA, não há nada de errado em distribuir tarefas: é bom para a autodisciplina e para ajudar a construir a autoconfiança. Pedir a um menino que lave um tênis sujo de barro ou que arrume a cama não deveria ser visto como punição. É simplesmente algo que ele deve fazer por ser parte de seu cotidiano.
"Uma criança não é um projeto, um troféu ou um pedaço de argila que se pode moldar como uma obra de arte. Só vai prosperar como pessoa se tiver permissão para ser o protagonista de sua própria vida", disse a VEJA o escocês Carl Honoré, autor do livro Sob Pressão – Criança Nenhuma Merece Superpais, publicado no Brasil pela editora Record. Eliminar do desenvolvimento infantil todo desconforto, as decepções e até mesmo a brincadeira espontânea – e ainda por cima pressionar as crianças com a exigência de sucesso total – é um erro de rumo gravíssimo. Sem enfrentarem desafios próprios nem se confrontarem com limites, as crianças tornam-se adultos incapazes de superar as vicissitudes (veja o quadro abaixo). As consequências da infância e adolescência superprotegidas já são mensuráveis: os jovens atualmente levam mais tempo para sair de casa, começar a trabalhar e formar uma família. Quando chegam ao mercado profissional, não conseguem lidar com as exigências reais. Frequentemente se sentem injustiçados e incompreendidos. E frustram-se com facilidade.
Em resumo, se você quiser ter um filho com possibilidade de ser feliz e realizado (nunca há garantias), proporcione a ele a liberdade possível em cada etapa de sua vida. E lembre-se do que disse o escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850): "Chega um momento na vida íntima das famílias no qual os filhos se tornam, voluntária ou involuntariamente, juízes de seus pais". Para ter um julgamento razoavelmente justo, não seja negligente – mas também não seja superprotetor.
Laílson Santos
Controle férreo
"Eu faço questão de controlar as amizades da Giuliana. Quando ela está brincando no playground do condomínio, dou uma espiada pela janela a cada quinze minutos. Se escuto algum coleguinha falando palavrão ou sendo mal-educado, chamo minha filha e a proíbo de brincar com ele de novo. Gosto de conhecer também os pais dos amigos dela. Se eles são mal-educados, os filhos não serão diferentes. Sobre os amigos virtuais, eu só a deixei fazer um perfil no Orkut para que não fosse ‘digitalmente excluída’. Mas ela só entra na rede social quando a mãe está do lado. Como não sei o que posso e o que não posso permitir, controlo tudo de perto. Dentro de casa, não deixo que as meninas entrem sozinhas na cozinha por causa do risco de acidentes. Até proíbo que abram a geladeira. Sei que tenho essas atitudes por insegurança minha, mas alguns descuidos são apostas que não posso pagar. Se acontecer alguma coisa, o preço vai ser muito alto e eu prefiro não arriscar."
Marcelo Panzutti, paulistano de 36 anos, analista de sistemas, com a mulher, Luciana, de 37, e as filhas Giuliana, de 10, e as gêmeas Renata e Rafaela, de 4

Laílson Santos
Medo, muito medo
"Tenho um medo enorme de que meus filhos se percam de mim. Quando estamos na rua, não solto a mão deles por nada. Já pensei até em comprar uma daquelas coleiras de criança para o menor. Algumas mães acham isso absurdo. Eu não. Ninguém cuida melhor deles do que eu. Quando eles saem com o meu marido, por exemplo, fico apreensiva. Se vão almoçar na casa da mãe dele, ligo no mínimo quatro vezes para saber se estão bem, o que estão fazendo e o que comeram. Se a minha filha está brincando no playground e uma amiga sobe para pegar um brinquedo, ela sabe que deve esperar no térreo. Temo que o elevador quebre ou a porta se abra e ela caia no fosso. Quando a Stephanie começou a ir à escola de perua, passei uma semana seguindo o veículo para observar. Se alguma outra criança discute ou bate nos meus filhos, vou lá e brigo com ela. Não admito que ninguém chame a atenção deles."
Adriana Gil Viaro, paulistana de 30 anos, mãe de Stephanie, de 8, e Alessandre, de 3

Ernani D'Almeida
Sozinha, nem pensar
"Sou vítima de uma mãe superprotetora. Quando eu era criança, ela não me deixava participar de nenhum passeio organizado pela escola. Tinha medo de que algo me acontecesse fora do colégio. Nos dias em que não havia aula por causa de um passeio, ela passava a tarde comigo no shopping para me recompensar. Durante toda a minha adolescência, nós brigávamos muito. Ela nunca me deixava sair sozinha. Aos 15 anos, eu só podia ir ao cinema com meu namorado se ela me levasse. No fim da sessão, ela me trazia de volta para casa. Eu sentia tanta raiva que vivia dizendo que, assim que pudesse, iria embora de casa. Até hoje ela fica emburrada quando aviso que vou sair sozinha."
Alessandra Vale, carioca de 22 anos, estudante, e a mãe, Dalva Alberto, aposentada de 58




Laílson Santos
Autonomia desde cedo
"Meus filhos aprenderam a ser independentes e responsáveis desde cedo. É trabalho deles, por exemplo, alimentar e passear com o cachorro da família. Eles se revezam para isso. Cada um arruma seu quarto e cuida das próprias coisas. Eles aprenderam a guardar os brinquedos ainda bem pequenos. Eu dizia que, se algum objeto estivesse espalhado pelo chão, eles poderiam pisá-lo e quebrá-lo. Quando estão sozinhas em casa, as crianças se viram na cozinha. Elas aprenderam com o pai, que adora cozinhar, a preparar lanches e saladas. Acredito que elas devam ser fortes para superar os obstáculos e desafios que a vida apresenta. E ser independente é meio caminho andado para sobreviver neste mundo. A autonomia dos meus filhos me dá segurança e tranquilidade."
Viviani Zumpano, paulistana de 38 anos, coordenadora pedagógica, com o marido, Valter, de 50, gerente de tecnologia da informação, e os filhos Valter Zumpano Filho, de 11, e Stephanie, de 13


Humberto Michalchuk
Quem ama cuida
"Reconheço que sou uma mãe muito protetora. Quero estar sempre próxima das minhas filhas para protegê-las. Sou da opinião de que quem ama cuida. Meu marido e eu levamos e buscamos a Sthephany na faculdade todos os dias. Ela estuda longe de casa, a mais de 20 quilômetros, e é perigoso fazer esse trajeto de ônibus. Uma vez, ela foi sozinha e se perdeu. Precisei explicar, pelo celular, o caminho que ela deveria fazer até a faculdade. Minhas filhas se sentem inseguras quando estão sozinhas. Em geral, se perdem. Até hoje, nunca viajaram sem os pais. Não sei se essa insegurança se deve ao fato de que meu marido e eu nunca as soltamos. Quando a mais velha sai à noite, vou buscá-la entre meia-noite e meia e 1 hora. A Melanye ainda não sai à noite. É muito nova. Se ela vai com os amigos ao cinema à tarde, peço que volte antes de anoitecer. As meninas respeitam as regras de nossa família. Nunca brigam nem reclamam. Acho que elas se sentem mais seguras assim."
Raquel Franco Sprenger, curitibana de 38 anos, pedagoga, com as filhas Sthephany, de 18, e Melanye, de 16



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Limite é bom e eles gostam!

Uma Educação com regras faz do seu filho uma pessoa mais preparada dentro e fora da sala de aula

Foto: Cissa Guimarães é atriz e afirma como repudia crianças sem limites
"Sou contra essa coisa de que criança pode tudo", afirma a atriz Cissa Guimarães

Criança irritante, mal-educada, pirracenta, achando que pode tudo... Por mais fofa que ela possa ser, não há quem aguente conviver, nem que seja por alguns instantes, com criança sem limite. Mas, na grande maioria das vezes, esses monstrinhos não se criam sozinhos. Por trás deles, existe um adulto responsável, seja ele pai, mãe, tios, avós... Uma pessoa que, em vez de educar, fortalece ainda mais os maus hábitos da criança.

E, quando isso acontece, o resultado é aluno indisciplinado, com baixo rendimento escolar e uma dificuldade grande para se adequar às regras da escola. "Educar filho é uma das coisas mais sérias do mundo. Uma das tarefas mais difíceis da vida é educar um indivíduo. Mas quem ama cuida. Criança não pode encher o saco de ninguém, tem que saber se comportar em qualquer lugar. É horrível criança mal-educada. Sou contra essa coisa de que criança pode tudo", desabafa Cissa Guimarães.

Segundo a atriz, a boa educação que teve, e que foi repassada para os filhos, fez toda a diferença para que ela tivesse sucesso na vida. "Quando eu era criança, não fui educada com nenhuma psicologia. Era ‘cala a boca’ e pronto. Eu também questiono essa coisa de explicar muito. Não pode por causa disso, não pode por causa daquilo... Não quero, porque não quero! Onde já se viu isso? Eu sou sua mãe e você vai me respeitar! Criança precisa e pede limites. E olha que eu dou limite até hoje! Meu filho Tomaz está com 30 anos e, se discordar de algo que ele tenha feito, eu encaro briga mesmo! Não dou mole, não!", brinca Cissa.

EQUILÍBRIO É FUNDAMENTAL 
Segundo Cláudia Tavares de Oliveira, psicopedagoga do Rio de Janeiro, tanto a falta quanto o excesso de limites são bastante prejudiciais ao aluno. "Em primeiro lugar é bom deixar bem claro que a família não pode transferir à escola a responsabilidade de educar uma criança. A família é e sempre será a base para que ela cresça saudável e enfrente muito bem todos os desafios da vida. Se a criança não tiver limites em casa, com certeza, isso irá interferir em seu rendimento escolar e na sua adequação comportamental. Se o aluno, mesmo vindo de uma família desestruturada, se identificar com o professor, pode ser que se saia bem nos estudos. A escola é uma das primeiras instituições do aluno, mas é a família que vai transmitir à criança as regras sociais que ela vai levar para o resto da vida", explica a especialista.


Crianças e adolescentes mal educados, amanhã adultos...


Não há nada mais inconveniente do que uma criança mal educada. Preste mais atenção em como seu filho está tratando as pessoas que trabalham na sua casa, os garçons, o porteiro do prédio, o zelador, o funcionário da escola, o motorista e o professor. Observe o tom que eles usam, o modo como se dirigem a essas pessoas, se costumam agradecer e, caso perceba qualquer relação de abuso ou grosseria, corrija imediatamente para evitar que ele se acostume e sequer perceba que está sendo mal educado com alguém. A consistência nas ações dos pais é que vai fazer com que os filhos internalizem a noção do certo e do errado no que diz respeito à maneira adequada de tratar as pessoas.É comum ouvirmos adultos dizerem que isso é coisa de criança, ao que acrescento: coisa de criança mal educada. Sempre é tempo de ensinar a criança a ter EDUCAÇÃO!


Eduque o seu filho, uma criança mal educada, brigona, fofoqueira, egoísta será um adolescente complicado e um adulto cheio de prepotência e arrogância.Os maus hábitos devem ser combatidos desde sempre, independentemente da idade da criança.Não consigo ver nas crianças e adolescentes de hoje a educação e respeito de outrora, um POR FAVOR, OBRIGADO, COM LICENÇA, DESCULPAS, BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE...as "palavrinhas mágicas" estão a cada dia sendo esquecidas em uma gaveta do subconsciente dos pais destas crianças ou não!
Segundo o psiquiatra Içami Tiba, quem ama educa, e vou além: cuida, acompanha e participa de todo o processo de formação.
É extremamente desagradável para os pais ou mesmo para quem presencia uma criança se comportando inadequadamente. Agressividade, explosão de raiva e até atitudes perigosas para sua integridade física são reações delicadas, mas que podem ser mudadas.Gritar e ameaçar não são as melhores saídas para acabar com essa atitude. Segundo a literatura especializada você pode usar um período de "intervalo" ou castigo, no qual colocará essa criança numa situação que não é apreciada por ela, durante um determinado tempo, até que ela comece a mudar sua maneira de agir.Determine um local, seguro e que não seja ameaçador, para colocá-la sempre que agir de forma inadequada. Pode ser o berço, um canto da casa ou uma cadeira. Ela ficará lá até que tenha parado de se comportar de forma inconveniente.As crianças tendem a manter um comportamento quando ele é recompensado e a deixá-lo quando é ignorado.Na medida do possível não dê atenção a ela, quando estiver fazendo coisas desagradáveis, como gritar, espernear, se jogar no chão ou chorar compulsivamente sem motivo. E a parabenize, com gestos de carinho e apreciação, quando ela agir corretamente.

Educar não é uma tarefa fácil, requer muito amor, paciência,persistência, consciência e acima de tudo tempo e dedicação, o seu filho é aquilo que tu os ensina, só depende de si, nossos filhos são nossa missão.Particularmente não aguento mais ver crianças por aí destratando as pessoas, sendo mal educadas, estúpidas e com isso até violentas, como educadora faço a minha parte, tenho alunos maravilhosos, mega educados e os que chegam na minha sala de aula não sendo, com dois dias acaba sendo educados, orientados com as minhas regras de sala de aula e boa convivência.Sou mãe de quatro filhos, um rapaz de 22 anos, uma moça de 18 anos e outros dois rapazes de 16 e 15 anos, que são mega educados e elogiados por serem assim e ainda tem mais eles sempre me comentam horrorizados, como as pessoas não usam aquelas famosas "palavrinhas mágicas" do dia a dia que adotamos desde que eles eram ainda bebês.Deixo a dica.Tatiana Sampaio

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Educação: responsabilidade da família ou da escola?

Uma mãe contou-me, certa vez, que se reuniu com o marido, já tarde da noite, para tratar de um problema com o filho: o garoto não obedece. Depois de uns minutos de conversa e, sem nenhuma conclusão, o pai disse: “mas não há muito que se preocupar, faltam apenas dez dias de férias. Com a volta às aulas, quem sabe a escola dá um jeito nele...”.
O problema proposto e a forma com que se buscou a solução nos permitem fazer uma indagação: a quem cabe a responsabilidade pela educação dos filhos, aos pais ou à escola?
O Estatuto da Criança e do Adolescente, muito sabiamente, consagra em seu artigo 19 que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. E digo que é sábia essa norma porque penso que os pais são os principais educadores de seus filhos. E isso é assim porque existe uma relação natural entre paternidade e educação. A paternidade consiste em transmitir a vida a um novo ser. A educação é ajudar a cada filho a crescer como pessoa, o que implica em proporcionar-lhes meios para adquirir e desenvolver as virtudes, tais como a sinceridade, a generosidade, a obediência, dentre muitas outras.
Os filhos nascem e se educam em uma família concreta. A família é uma atmosfera que a pessoa necessita para respirar. Entre seus membros costuma haver laços de afeto incondicionais que fazem um ambiente propício para que a educação se desenvolva. Nesse sentido, é ela essencial para a formação da pessoa. Os valores que se cultuam no lar irão marcar de forma indelével o homem e a mulher da amanhã.
Muito bem, mas se a função primordial na educação cabe aos pais, o que compete à escola? Ou, mais ainda, como essa pode ajudar os pais na educação dos filhos?
É natural que os pais deleguem algumas funções educativas à escola, como  por exemplo, o ensino das várias disciplinas apropriadas a cada faixa etária, mas daí não se pode concluir que possam abandonar essas funções delegadas. Aliás, somente se delega aquilo que é próprio. E em sendo delegada tal atribuição, cabe aos pais acompanhar como está sendo desempenhada.
Um ponto essencial nessa relação entre os pais e a escola é cuidar para que haja coerência entre a educação que se desenvolve no colégio e o que os pais ensinam em casa.
Essa consideração de que os pais ocupam lugar de primazia na educação dos filhos não coloca a escola num segundo plano na função educativa. Pelo contrário, as instituições que reconhecem o papel da família, sem o que a formação que proporcionam não terá eficácia, cuidam de desenvolver também uma educação voltada para os pais. As imensas dificuldades que eles enfrentam em educar os filhos no mundo moderno devem despertar as escolas para que passem a ajudá-los, dando-lhes conhecimentos acerca de como devem atuar na formação dos filhos.
Não há dúvida de que ser pai e mãe hoje implica em ser profissional da educação. Isso significa que têm de se adiantarem aos problemas naturais de cada idade dos filhos. Por exemplo, é muito comum que enfrentem dificuldades em fazer com que as crianças durmam sozinhas nos primeiros anos de vida, assim como são muito freqüentes as crises de rebeldia na adolescência. Diante disso, a escola, como colaboradora da família, deve estar preparada para dar formação aos pais, auxiliando-os com conhecimentos técnicos e com um acompanhamento personalizado nessa difícil tarefa de educar.
Em vários países há instituições de ensino que têm adotado um programa que consiste em manter contatos periódicos entre os pais e os professores. E isso ocorre não apenas quando o filho quebra a vidraça do colégio, mas mesmo que não haja nenhum problema aparente. Trata-se de reconhecer o que há de bom em cada aluno e, a partir disso, traçar um plano pessoal de melhora, com atuações concretas a serem implementadas em casa e na escola. Os resultados têm sido bem interessantes.
Para isso é necessário, porém, que se admita a importância dos pais na educação, e que a escola, colaboradora desses, os ensinem a educar, atuando ambos coerentemente em uma mesma direção.





Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Seu filho é um mal educado?

* Texto da psicológa Ana Flávia Fernandes
Você já reparou que algumas crianças se comportam como pequenos tiranos? Elas não conseguem falar, mas conseguem exercer um forte poder com os seus pais de maneira injusta e muitas vezes cruel.
Constantemente, recebo em meu consultório pedidos de ajuda de pais para saber o que fazer com seus filhos. Geralmente, buscam psicoterapia para o filho com queixas de: falta de interesse em estudar, bagunça, hiperatividade, agressividade e birra. Se você também se pergunta por que seu filho e outras crianças agem assim, este artigo pode te ajudar com as respostas que procura.
birra
Para cada uma das queixas acima, vou explorar de forma sucinta algumas reflexões para que você avalie o papel de mãe/pai e considere a criança como um ser humano que tem seus direitos e obrigações comuns a todos nós.
1 – Falta de interesse em estudar
- A criança tem uma rotina para estudar diariamente? Se não tem é importante desenvolver este habito de forma lúdica e prazerosa para que a criança sinta vontade em compreender o que lhe é ensinado.
- A mãe e o pai auxiliam o filho para que ele consiga realizar suas atividades escolares? Auxiliar não implica em fazer o exercício para o filho, mas sim parar, ouvir, ver, pensar e agir, respeitando o filho como ser pensante, sensível e criativo conforme seu nível de desenvolvimento físico e mental.
2 – Bagunça
Quando está em casa percebe que tem brinquedos jogados pela sala, copos sobre a mesa, material de escola espalhados por todos os cômodos entre outras bagunças na casa?
Se você geralmente costuma arrumar e limpar toda a bagunça que as pessoas que moram na casa costumam fazer, repense, já está na hora de todos começarem a cuidar da casa como você faz. Cada vez que você faz por eles está postergando o amadurecimento deles e contribuindo para que futuramente eles façam isso na sociedade também.
3 – Hiperatividade e agressividade
Quando a criança chora sua primeira atitude é poupá-la de sofrimento e satisfazer as necessidades dela ou dizer SIM/ NÃO para a criança de acordo com a situação, sendo coerente, constante e consequente nos seus comportamentos e ensinamentos a ela?
Se tem como habito satisfazê-la pode contribuir para o desenvolvimento de uma pessoa sem limites e má educada. A agressividade pode ser um sinal de que a criança esteja com dificuldade de reagir adequadamente a uma situação e por isso usa como mecanismo de defesa a agressão.
Muitas pessoas confundem hiperatividade com má educação.  A principal diferença entre elas é que a criança hiperativa não consegue controlar seus impulsos diante de situações novas. A mal educada só revela agitação quando contrariada ou quando quer alguma coisa, mas quando está sozinha fica absolutamente tranquila.
4 – Birra
A mãe se recusa a atender a vontade do filho e ele chora, se debate, grita, faz um escândalo. Isso é birra! Esta é a forma mais comum de vermos uma criança manifestar sua autoafirmação de forma inadequada. Com o objetivo de contrariar uma ordem, não importa se justa ou injusta, sua intenção é tirar vantagem pessoal.
Estes e outros comportamentos de crianças e pais revelam o quanto é importante identificarmos a forma como nos relacionamos conosco, com os outros e com o mundo. Desta forma, contribuiremos para o desenvolvimento de pessoas felizes, autônomas e competentes.
Pode ser que descubra que a educação que tem dado para seu filho esteja desatualizada com os novos paradigmas que vivemos. Não se culpe pelos possíveis erros, você não está sozinho nesta e há muitos caminhos para a transformação desta realidade, buscar ajuda profissional pode ser o primeiro passo.
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ana flaviaAna Flávia Fernandes nasceu no Mato Grosso do Sul e formou-se psicóloga e psicodramatista em São Paulo, onde vive quase 10 anos. Tem consultório em São Paulo, onde atende e trata de assuntos relacionais, principalmente os grandes conflitos familiares. As vezes é assim: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa, mas, sobretudo, uma pessoa como você.

domingo, 25 de agosto de 2013

Lidando Com os Sentimentos Negativos do Seu filho

Uma das tarefas mais difíceis dos pais é lidar com os sentimentos negativos das crianças. A vontade que dá quando eles começam a extravasar o ódio é mandá-los parar de se alterar, ou quando eles partilham seus sentimentos pessoais conosco dizendo, por exemplo, que odeiam a escola ou o irmão, em geral dizemos que é feio falar assim, que ele deve ser amigo do irmão ou que a escola lhe dará uma boa instrução.
Então, nós os julgamos, envergonhamos ou damos alguma explicação lógica para neutralizar o ódio, ou seja, tratamos os sentimentos pessoais dos nossos filhos, exatamente como nos desagrada que tratem os nossos, uma vez, que ao compartilharmos nossos sentimentos mais íntimos não buscamos julgamentos, lógica, razão ou conselhos, não queremos que nossos sentimentos sejam postos de lado, negados ou não sejam levados a sério, mas, paradoxalmente, exatamente o que não gostamos que façam conosco é o que fazemos com nossos filhos.
Ao agirmos desta maneira com nossos filhos, colocamos um tampão nos sentimentos da criança, e à longo prazo esta ação é destrutiva, porque, o que leva uma pessoa a abrir seus sentimentos é a busca de compreensão, e ao invés de compreendê-las, acolhe-las e dar continência, nós fazemos recomendações sobre o que elas podem ou não sentir.
Esquecemos que não é possível viver sem conflitos, e conflitos geram sentimentos negativos, e quando tais sentimentos podem ser expressos e aceitos, perdem o poder de destruição, porque o sentimento é algo desorganizado, sem forma e sem nome e, portanto, uma vez que a criança pode falar sobre isto, estas emoções organizam-se, tornando-se nomeáveis, e a criança (adultos também) através da fala, adquire a capacidade de pensar sobre estes sentimentos, dar um contorno àquilo que parecia perene, consegue processar, elaborar e buscar novos sentidos, através dos quais sofrerá menos, ou, até, perceberá que está fazendo uma tempestade em copo d’agua ou que sofre a toa.
Os sentimentos mobilizam nosso corpo para a ação, de tal modo, que as emoções nos transformam em pessoas quimicamente diferentes, por conseguinte, se mandarmos a criança parar de se alterar, os ouvidos ouvem, mas as glândulas não – Isto só aumenta a frustração e os sentimentos negativos, na mesma medida que diminui a auto-estima.
Quando há bloqueio das emoções, este bloqueio age indiscriminadamente com as emoções positivas e negativas e a criança se torna reprimida, isto é fica distante e fria – sem criatividade porque perde a confiança nas próprias emoções e idéias.
Esta maneira de lidar com as emoções de nossos filhos nos afasta deles porque demonstra que partes deles não são aceitáveis. Além do mais, quando a criança bloqueia os sentimentos negativos de si mesma, torna-se alienada da plenitude de sua humanidade e de sua natureza, perdendo o contato com o que ela realmente é, e pior do que isso é quando a criança não nega os sentimentos, mas só os esconde então ela conclui que é má. E lá se vai à auto-estima e o auto-respeito.
O melhor caminho para lidar com os sentimentos negativos das crianças, é abrir-se para ouvi-las. Demonstrando genuíno interesse, desejando de fato saber por que, por exemplo, o nosso filho diz que odeia a escola ou o irmão. Deixando a criança se expressar através de uma escuta ativa por nossa parte.
Contudo, a maioria das crianças não sabe expressar seus sentimentos em palavras, neste caso, seria útil, nos colocarmos no lugar de nossos filhos, através de um resgate da fase em que também éramos crianças, e traduzir para eles o que estão sentindo, validando e legitimando tais sentimentos.
Porém, para isto se tornar possível, é necessário que tenhamos uma pré-disposição interna, e não é a todo o momento que estamos dispostos a ouvir e emprestar nossa mente e emoções para ajudar a elaborar os sentimentos de nossos filhos, e a pior coisa é uma empatia fingida, isto só enfraquece a confiança.
Portanto, se não é possível escutá-lo agora, o melhor é dizer: “Sei que você precisa conversar, mas agora não dá, eu estou muito ocupada ou agitada, e assim que eu tiver mais calma, tentarei te ajudar. Quero estar totalmente livre para conversar com você e te ajudar de verdade”. Este tempo a mais será necessário e precioso para desenvolver a pré-disposição indispensável para ouvir e auxiliar nossos filhos.
Da mesma forma, para não ativar sentimentos negativos em nossos filhos, sempre que for dar uma ordem, seja tomar banho, fazer lição, etc. Saiba que da mesma maneira que você, a criança também necessita de um tempo para desenvolver o mínimo de pré-disposição para realizar suas tarefas. Portanto avise-o: “daqui a dez minutos é hora do banho, vai terminando o que está fazendo, ou se prepare para interromper e continuar depois”. Assim, você evita o surgimento de sentimentos negativos no seu filho. E não esqueça: os acordos que fazemos com as crianças, devem ser cumpridos, não de uma forma rígida e severa, mas flexível e compreensiva.
Por fim, pouco a pouco, a criança introjeta o funcionamento mental dos pais, uma vez que somos o modelo para os nossos filhos. E assim, ela aprenderá a nomear e elaborar suas próprias questões. E este aprendizado será de grande auxílio em sua vida futura, afinal “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única” – Albert Schweitzer.
Léa Michaan

As birras: como lidar com os escândalos sem enlouquecer?


E tudo começa com um “não” inocente que dizemos para os nossos filhos! E aí simplesmente eles enlouquecem perdem o controle e começam a chorar, gritar, se jogar no chão, às vezes bater, chutar… um horror!
Gente, antes de comentar sobre isso, um “a parte”: nunca julgue os pais quando presenciarem uma criança dando um escândalo completo. Julgue (se você se achar no direito de atirar a primeira pedra!) a partir do momento em que você vir a reação dos pais a esta crise de birra.
Nenhum pai ou mãe está livre de passar por esse problema numa determinada fase do crescimento dos pequenos. E a birra começa cedo, por volta de 1 ano e meio, dois anos, mais ou menos. Isso faz parte do comportamento infantil. Essa é a maneira que as crianças têm de mostrar (ou tentar mostrar) a sua independência e expressar suas vontades.
Passo n.º 1: o segredo pra lidar com esse tipo de escândalo é não se deixar enlouquecer. É manter a calma e sustentar o seu “não!”. Só essas duas coisinhas pra fazer e dão um trabaaaaalho.
Então, é como falei no começo. Quando a criança é contrariada, ela reage, e a reação é começar uma guerra de nervos, que é o jeito que elas conhecem de manifestar sua indignação ao NÃO. Tenha certeza, por mais que pareça, a intenção delas não é enlouquecer você e sim simplesmente conseguir o que querem.
Por isso que afirmo e reafirmo. Manter a calma e manter o NÃO basta. No entanto, se a criança perceber que fazendo o escândalo consegue o que quer, principalmente quando estão em público, ela vai usar essa arma sempre, sempre, definitivamente forever!
Já passei por situações constrangedoras. Uma delas foi quando meu filho queria comer 355 brigadeiros num aniversário. Lá pelo 345º (rsrsrs) eu disse: “Filho, tá bom de brigadeiro!”. Foi o que precisou pra ele jogar o prato de brigadeiro no chão, pisar nele, se jogar por cima da meleca e melar a roupa inteira… meu Deus que vergonha! Eu olhei pra ele com a maior calma (fingida, claro!) e disse: “Não adianta você fazer isso. Agora nós vamos pegar essa sujeira do chão, jogar no lixo e vamos pra casa!”. Aí é que ele se jogava mesmo! E gritava e puxava minha roupa gritando “Nãããããaooooo!”.
Peguei toda a sujeira, levei a porcaria e ele pro banheiro, joguei no lixo (não ele, a sujeira! rs) e disse: “Você agora vai se acalmar e nós vamos embora!”. Depois de um tempo ele desistiu (não se acalmou muito) e fomos embora (e sem caixinha de bombons viu?!).
O que eu aprendi com isso e quero passar pra vocês? Que NÓS somos ADULTOS. E cabe a nós, somente a nós, sermos firmes naquele propósito de educá-los e fazê-los entender que tudo tem limite. Mantive o “não” e ele foi pra casa sem a caixinha de bombons (que é o que eles esperam ansiooooosos pra pegar). Com isso ele não foi recompensado pelo escândalo, porque perdeu a festa e os bombons.
Mas não foi fácil hein gente?! As pessoas me olharam com aquela cara de: “Ela não sabe educar a criança! Olha o que ele está fazendo!”. E eu mantive a calma também em relação a isso, porque a vontade que eu tinha era de rodar a baiana e dizer: “Vocês não tem o que fazer não?! Cuidem da sua vida!” rsrsrs
Mas passou gente! E fiquei orgulhosa de mim, embora confesse que fiquei com o coração partido porque tive que fazer isso com ele. Mas foi POR ele que fiz isso. E isso me conforta. Gritar e perder o controle numa situação dessas só aumenta a proporção das coisas. A criança entende a sua reação como similar a dela e acaba percebendo que você pode ceder. Eles são super espertos e aprendem a manipular desde muuuito cedo.
Você vai perceber que quando de fato aprendemos a lidar com esse comportamento, quando eles realmente entendem que nada vão conseguir, as birras realmente diminuem, embora faça mesmo parte do comportamento deles. Entretanto se seu filho faz birra por tudo e tudo gera um show daqueles, vale a pena procurar ajuda de um psicólogo infantil, que pode te dar dicas valiosíssimas para lidar com o caso específico.
O nosso objetivo como pais é criar pessoas equilibradas e para isso é a nossa tarefa de nem permitir tudo e nem proibir tudo. Vejamos o que realmente é proibido, o que podemos permitir e só então manter-se firme no que entendemos ser realmente intolerável e manter o foco e firmeza nessas coisas, sem ceder.
Precisamos ser coerentes com os nossos ensinamentos. É possível que por volta dos 7 anos já tenhamos uma criança disciplinada, que siga deste modo até a adolescência. Hummmm… mas aí já são outros 500, pra um outro post! rs Boa Sorte!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Saiba como proteger crianças e adolescentes dos perigos da internet

Saiba como proteger crianças e adolescentes dos perigos da internet

É preciso prestar atenção ao comportamento das crianças e adolescentes / Foto: davdibiase/stock.xchng É preciso prestar atenção ao comportamento das crianças e adolescentes Foto: davdibiase/stock.xchng

Há 15 anos presente na vida do brasileiro, a internet mudou os hábitos também de crianças e adolescentes. A atual geração, considerada como "tecnologicamente nativa", já nasceu com o computador da casa conectado à web. Mas, com o maior acesso às informações, vem a grande responsabilidade na navegação.

Para que os jovens internautas possam utilizar a internet com segurança, é possível tomar alguns cuidados na hora de utilizar sites e redes sociais. Dois dos riscos maiores são o da pedofilia e do ciberbullying (espécie de assédio moral a uma criança pela web), que podem ser prevenidos de formas semelhantes.

Na web é possível ter um espaço democrático e com liberdade de expressão, mas também há o perigo de informações serem mal interpretadas e usadas por pessoas mal intencionadas. Daí a necessidade de monitoramento das crianças e adolescentes.

PC na sala
Há softwares que ajudam os pais a verificar se há alguma coisa errada acontecendo. A empresa de segurança McAfee possui uma solução de controle parental para o computador, prometendo “uma ferramenta que vai ajudar aos pais entender o que os filhos estão fazendo”, segundo José Matias, gerente de suporte técnico da companhia.

“O software Total Protection classifica os usuários por faixas etárias e também é possível definir atributos sobre o que o usuário possa ou não fazer. Mas o intuito não é proibir, mas sim permitir a navegação e registrar o que ele está fazendo – inclusive conversas em mensageiros instantâneos, redes sociais e YouTube”, afirma. “Mas é importante que os filhos saibam que os pais estejam fazendo isso”, ressalta.

“A criança tem um acesso a um computador que está no quarto, que é dela, onde pode fechar a porta e ter privacidade. Esse tipo de comportamento permite que ela se isole, e fica mais difícil para a família saber o que está acontecendo”, afirma Matias. O conselho é deixar o PC na sala, mas sem deixar de monitorar a navegação.

De portas abertas
Pesquisadora sobre bullying no Brasil desde 2000 e consultora da organização não-governamental Plan, Cléo Fante é pioneira nos estudos sobre o assédio feito pela internet. Para a educadora, o desfecho do ataque virtual acaba indo para o mundo real: no caso de crianças e adolescentes, geralmente esse ambiente é a escola.

“Quando os jovens não são orientados pela família ou a escola, acabam gerando a violência”, diz. Para Fante, as instituições de ensino deveriam orientar os alunos para os perigos na internet. E a falta de direcionamento aos estudantes na prevenção é que permite que se exponham aos riscos.

“É como eu explico para os alunos: é a mesma coisa de você estar em sua casa e deixar as portas abertas. Então, qualquer pessoa pode entrar, mexer nas suas coisas, invadir sua privacidade, lhe maltratar e lhe caluniar – mas você também facilitou”, diz.

Dicas
A prevenção é ainda a melhor forma de ajudar. É preciso prestar atenção ao comportamento das crianças e adolescentes, que costumam ficar mais introspectivos, agressivos e evitando o uso da internet. Mesmo quando se lida com um filho que seja autor do ciberbullying, é também necessário ficar de olho em atitudes egoístas, violentas e que trazem um sentimento de superioridade.

Quando o crime envolve adultos, o perigo é ainda maior. A prática de pedofilia é considerada crime no Estatuto da Criança e do Adolescente e é possível denunciar algo ou alguém suspeito no site da SaferNet, uma associação civil sem fins lucrativos no combate à pornografia infantil na internet brasileira, ou na própria Polícia Federal.

Mas o mais importante é sempre contar tudo ao adulto responsável (pai, mãe ou familiar) e nunca deixar o medo ou a vergonha impedirem a denúncia. Os pais também precisam, além de observar os filhos, ter cuidado com o próprio comportamento: ele influencia as atitudes da criança ou do adolescente.

A SaferNet Brasil oferece uma espécie de cartilha com dicas de navegação. Confira algumas sugestões:

- Procure ser educado e cordial também na hora de publicar ou comentar algo na internet;
- Evite colocar endereço, telefone, nome da escola e nome completo;
- Muito cuidado ao divulgar seus desejos, segredos e sonhos. Sua intimidade é muito valiosa, cuide bem dela;
- Você colocaria seu diário na praça pública, no mural do colégio ou na praia? Pense muito bem antes de publicar algo na internet;
- Cuidado com as fotos que posta, elas podem ser modificadas e usadas contra você. Não coloque fotos com uniforme da escola ou algo que possa indicar onde estuda;
- O que importa é a qualidade e não a quantidade de amigos. Cuidado com estranhos;
- Jamais aceite convite de encontro presencial com quem não conhece;
- Uma vez publicado, tudo pode ser gravado por outros e voltar ao ar

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A criança está com dificuldade em integrar-se no meio social? Conheça outros sintomas da síndrome de Asperger

sintomas da síndrome de Asperger
Em 1944, Hans Asperger, pediatra austríaco, descreveu quatro crianças que tinham dificuldade em se integrar socialmente em grupos. Propôs em seu estudo a definição de um distúrbio que ele denominou Psicopatia Autística.
A síndrome de Asperger é um transtorno invasivo do desenvolvimento. Caracteriza-se por prejuízos na interação social, bem como interesses e comportamentos limitados, como visto no autismo, mas seu curso de desenvolvimento está marcado por uma falta de qualquer retardo clinicamente significativo na linguagem falada ou na percepção da linguagem, no desenvolvimento cognitivo, nas habilidades de autocuidado e na curiosidade sobre o ambiente

 Sintomas
 Apesar de ter as habilidades intelectuais preservadas, as crianças apresentam uma notável pobreza na comunicação não verbal, empatia pobre e uma tendência a intelectualizar as emoções; uma inclinação a ter a fala prolixa, em monólogo e às vezes incoerente, uma linguagem tendendo ao formalismo (“pequenos professores”), interesses que ocupam totalmente o foco da atenção envolvendo tópicos não usuais que dominam sua conversação e falta de coordenação motora.
A causa da síndrome de Asperger é desconhecida, mas estudos familiares sugerem uma possível relação com o transtorno autista, o qual considera hipóteses genéticas, metabólicas e perinatais.
Os sintomas podem ser notados quando as crianças apresentam comportamentos repetitivos e estereotipados e reagem de forma inflexível a mudanças de rotina.

 Diagnóstico
 O diagnóstico da síndrome de Asperger requer a demonstração de prejuízos qualitativos na interação social e padrões de interesses restritos, critérios que são idênticos aos do autismo. Ao contrário do autismo, não há critérios para o grupo dos sintomas de desenvolvimento da linguagem e de comunicação e os critérios de início da doença diferem no sentido de que não deve haver retardo na aquisição da linguagem e nas habilidades cognitivas e de autocuidado.
Diversos estudos salientam que a prevalência da síndrome continua limitada, mas ela parece ser mais comum no sexo masculino.
Alguns indivíduos desenvolvem sintomas de Transtorno de Ansiedade ou de Humor que podem requerer tratamento, incluindo medicação.

 Asperger x autismo
 Sendo a síndrome de Asperger considerada como um transtorno mais evoluído do que o autismo infantil, tendem a ser benéficas para o tratamento algumas das mesmas técnicas usadas para o transtorno autista.
Não há ainda estudos sistemáticos de acompanhamento no longo prazo de crianças com síndrome de Asperger, parcialmente devido a problema com a nosologia. Muitas crianças são capazes de assistir a aulas em escola regular com serviços de apoio adicional, ainda que sejam especialmente vulneráveis a serem vistas como excêntricas e a serem alvo de chacotas ou serem vitimizadas; outras requerem serviços de educação especial, geralmente não devido a déficits acadêmicos, mas devido às dificuldades sociais e comportamentais. O atendimento ao portador de síndrome de Asperger é multidisciplinar: psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, etc.


Profa. Dra. Monalisa de Cássia Fogaça possui Doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo e Mestrado em Ciências Endocrinológicas. Atua como professora na Uninove curso de Psicologia e Senai - São Caetano do Sul - Pós-Graduação Lato-Sensu: disciplina Metodologia Científica.

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Veja dicas de psiquiatra para saber se o seu filho usa drogas - Como diagnosticar?

Se você desconfia que seu filho está usando drogas, o primeiro passo é tentar conversar com ele e investigar se sua preocupação procede. Caso o jovem confirme o uso, pedindo ajuda, ou caso negue, mas inúmeros indícios colaboram para uma ideia contrária, procure um médico psiquiatra especialista em dependência química ou em psiquiatria infantojuvenil de sua confiança para uma avaliação comportamental completa.
Nessa avaliação comportamental o adolescente deverá ser avaliado de uma maneira global, tentando identificar todos os sintomas suspeitos de envolvimento problemático com álcool e outras drogas, além de uma investigação de outros possíveis transtornos comportamentais que podem estar presentes. Testagens laboratoriais para drogas de abuso podem ser solicitadas durante a investigação. "Caso seu filho tenha utilizado uma droga, isso não significa necessariamente que ele seja um dependente químico. Ele pode estar realizando um uso abusivo da substância, sem ainda um prejuízo muito significativo, logo, quanto mais precocemente descoberto o problema, mais fácil será o tratamento e maiores serão as chances de recuperação do jovem", finaliza o Dr. Teixeira.
Saiba 12 perguntas que todos os pais, familiares, amigos e professores devem responder sobre o comportamento atual do adolescente. Elas podem servir de pistas na investigação de um possível envolvimento com álcool e outras drogas. Vale a pena lembrar que essas mudanças não são regras e não significam necessariamente que o jovem esteja envolvido com drogas, mas servem de alerta para uma possível investigação atenta de seu comportamento e atitudes.
1) O jovem piorou sua aparência  pessoal e seus hábitos de higiene?
2) Utiliza roupas com slogans de apologia às drogas?
3) Escuta músicas ligadas ao tráfico ou de apologia às drogas?
4) Fala que fumar maconha ou beber não faz mal à saúde?
5) Está fumando cigarro?
6) Está chegando bêbado em casa?
7) Está frequentando festas raves?
8) Está dirigindo bêbado?
9) Apresenta-se mentindo, roubando ou enganando outras pessoas?
10) Tem se envolvido em brigas?
11) Tem entrado em atrito familiar constantemente?
12) Apresenta-se agressivo, revoltado ou nervoso?


Gustavo Teixeira é médico psiquiatra infantil, palestrante internacional e escritor psicoeducacional. Professor visitante do Department of Special Education – Bridgewater State University. Mestre em Educação - Framingham State University. Curso de extensão em Psicofarmacologia da Infância - Harvard Medical School. Pós-graduado em Psiquiatria - UFRJ. Pós-graduado em Dependência Química - UNIFESP. Pós-graduado em Saúde Mental e Desenvolvimento Infantil - Santa Casa do RJ. Editor-chefe dos Websites: www.comportamentoinfantil.com e www.disorderatschool.com