Filhos. Ame-os, oriente, ajude e sempre seja seu amigo, eles são eternos. Filhos, vocês crescem a cada dia, meu amor cresce a cada dia também, um dia vocês vai para de crescer e o meu amor continuará tornando-se maior cada dia!!!
domingo, 2 de junho de 2013
Educação do seu filho explicados de A a Z
Agir com autoridade é o
papel principal dos pais na educação dos filhos. Até os sete anos de
idade, a personalidade da criança continua em formação, e os pais são
responsáveis por dar a primeira referência de respeito que ela levará
para a vida adulta.
Na prática, os pais exercem sua autoridade quando agem com convicção e
firmeza, mas sem autoritarismo, sem bater ou descarregar o estresse e o
mau humor nos filhos.
As crianças fazem birra, insistem e testam os limites dos pais. É
natural, mas é preciso ter em mente que você é o parceiro mais
experiente da relação e faz parte da educação colocar regras, impor
limites e orientar os filhos sobre como se comportar
Brincar
Brincar é fundamental no desenvolvimento, pois permite à criança experimentar o mundo e criar
Brincar é extremamente
importante para o desenvolvimento da criança, sendo uma das mais
importantes vias de comunicação e expressão que ela tem. Quando a menina
finge ser professora ou o menino encarna o papel de um super-herói, na
verdade, eles estão experimentando como é “ser” o outro. Isso contribui –
e muito – para as relações com o mundo.
Além da socialização, outra vantagem da brincadeira é que ela também é precursora da criatividade. A criança que brinca aprende mais
, pois explora as coisas, cria e investiga sobre algo que ainda não conhece muito bem.
A participação dos pais é essencial, pois é com eles que a criança
aprende a brincar. E não precisa ser uma brincadeira muito elaborada.
Basta interagir com os filhos, ensinar como jogar a bola e fazer o gol,
por exemplo.
“É preciso se relacionar com a criança de maneira lúdica, engraçada,
conversar, dançar”, aconselha a pedagoga Irene Maluf, especialista em
psicopedagogia. Também é importante não querer impor a realidade o tempo
todo. Até os oito anos de idade, pode-se deixar a fantasia tomar conta
das brincadeiras.
Castigo
Existem duas definições de castigo: a punição
física e a que se refere ao estabelecimento de limites com o “cantinho
da disciplina”
Para os especialistas, o
castigo físico não é o melhor método para educar ou transmitir valores e
regras de comportamento aos filhos. “Não deve haver castigo e, sim,
disciplina. Parecem a mesma coisa, mas são opostos. O castigo machuca,
física e emocionalmente”, afirma a educadora Cris Poli, do programa
“Supernanny”, do SBT.
Para disciplinar os filhos, é preciso estabelecer regras, corrigir o que
está errado e ensinar a conduta adequada, com tranquilidade e
segurança. Deve-se mostrar à criança as consequências dos atos dela, em
vez de criar uma punição que nem sempre será associada, pela criança, ao
erro.
Por exemplo, se ficou combinado que o período da tarde seria dedicado
aos estudos e o filho estiver brincando com um amigo neste horário, é
preciso adverti-lo, dizer que ele não agiu certo e que precisa cumprir
com as obrigações. No final de semana, em vez de tempo livre, ele terá
de estudar.
Se, ainda assim, a criança continuar a quebrar as regras, vale adotar o
“cantinho da disciplina”. Em um lugar mais isolado da casa, ela deve
permanecer refletindo sobre sua atitude inadequada por um tempo – a
conta é marcar um minuto por ano de idade. É importante que a criança
permaneça no cantinho durante todo o período estabelecido, mesmo se
estiver gritando ou chorando.
Ao aplicar a disciplina não perca a calma, não se irrite, não grite ou
ameace. Lembre-se que a missão dos pais não é castigar, mas ensinar. O
filho é, antes de tudo, um aprendiz.
Chupeta
Não existe consenso sobre o uso da chupeta. Mas, para tirá-la, o ideal é não fazer barganhas
Basta ver a propaganda
de uma boneca que fala ou de um carrinho que se transforma em robô para
“chover” o tão conhecido pedido: “mãe, compra pra mim?”. As solicitações
dos filhos chegam a todo momento e cabe aos pais não só avaliar a real
necessidade das coisas, como também mostrar às crianças como é
importante consumir com consciência.
“Suprir necessidades é mais importante que suprir vontades”, define
Ceneide Cerveny, psicoterapeuta familiar. Ela explica que ficar algumas
horas brincando com os filhos é muito melhor para eles do que dar o
brinquedo que tanto querem e que daqui a alguns dias (ou horas) já
estará esquecido no armário.
De nada adianta, porém, pregar educação financeira aos filhos se os
próprios pais adotam um modelo consumista no dia a dia. Vale lembrar que
os pequenos geralmente “copiam” as atitudes dos pais. Portanto, adultos
compulsivos por compras tendem a ensinar este comportamento às
crianças.
Chupeta
Não existe consenso sobre o uso da chupeta. Mas, para tirá-la, o ideal é não fazer barganhas
Não existe consenso
sobre a vantagem da chupeta como tranquilizante. Na maioria das vezes,
ela é contraindicada pelos pediatras. Mas alguns recomendam o uso
pontual.
Para o pediatra Fabio Ancona, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Pediatria, a chupeta não deve ser usada em nenhuma ocasião, pois
interfere negativamente na arcada dentária e pode atrapalhar o período
de amamentação, ocasionando até o desmame precoce.
Segundo o pediatra Marco Antônio de Paula Ramos, da Unifesp, a chupeta
pode interferir positivamente no quadro de ansiedade de algumas crianças
em casos pontuais, contribuindo para deixá-las mais tranquilas. Ele
aconselha, no entanto, consultar sempre o pediatra para verificar a real
necessidade do uso do objeto e pegar indicações de modelos anatômicos.
Se a criança já adquiriu o hábito e o objetivo é tirar a chupeta, o
ideal é mostrar, aos poucos, que aquilo não é bom. Primeiro, comece
insistindo para que seu filho deixe a chupeta de lado enquanto estiver
acordado. Depois, vá convencendo-o a fazer o mesmo de noite. É
importante valorizar o esforço da criança a cada etapa vencida, para
estimulá-la a seguir adiante.
Oferecer presentes em troca da retirada da chupeta nem sempre é uma
tática eficiente. Assim que “enjoar” do presente, a criança pode voltar a
pedir o objeto. O melhor mesmo é convencê-la de que ela pode ficar bem
sem a chupeta.
Dormir
Rotina e rituais, como luz baixa e historinha, garantem a qualidade do sono das crianças
O sono é uma etapa
fundamental para o desenvolvimento infantil. Além de descansar e repor
as energias, é dormindo que a criança assimila o que foi aprendido.
O tempo de sono necessário é uma característica muito individual.
Algumas precisam de mais horas de descanso, enquanto outras ficam
satisfeitas com menos tempo. Independentemente do período de sono, é
importante ter uma rotina fixa, com horário certo para dormir e acordar.
Para proporcionar um sono de qualidade aos filhos, os pais podem
inicialmente preparar o ambiente antes de a criança ir para a cama. Para
ajudar a relaxar, vale deixar uma luz bem fraquinha no quarto, contar
histórias e, especialmente, evitar televisão.
Já no caso dos bebês, o sono tende a acompanhar o ritmo da casa. Se os
pais são tranquilos, provavelmente os filhos seguirão no mesmo compasso.
Os primeiros meses são mais difíceis. Com a frequência maior das
mamadas, o bebê acorda mais vezes durante a noite. Com o tempo, esse
espaçamento aumenta.
Aos nove meses
, quando ele começa a perceber que é um ser “separado” da mãe, é
bastante comum o bebê “solicitar” a presença dela durante a noite.
Nestes casos, basta chegar perto dele e acalmá-lo. Evite pegá-lo a toda
hora no colo e, principalmente, não o coloque jamais para dormir na cama
dos pais.
Para suprir a falta da mãe, algumas crianças também acabam dormindo
agarradas a bichinhos ou fraldinhas. Chamado de “objeto de transição”,
eles são comuns do ponto de vista emocional até os dois anos de idade,
pois acabam dando maior segurança aos pequenos. Aos poucos, isso vai
sendo abandonado naturalmente. No entanto, se passar muito desta idade, é
preciso investigar melhor o que está deixando a criança insegura.
Exemplo
Discurso bonito e prática oposta não funcionam
Até por volta dos oito
anos de idade, os pais são o principal modelo de influência da criança.
Ela os vê como um espelho. Por isso, é muito importante estar atento aos
valores transmitidos. “A criança leva muito mais em conta o que os pais
são do que o que eles falam”, resume a psicanalista Audrey Setton Lopes
de Souza, professora da Faculdade de Psicologia da USP.
Portanto, um discurso bonito e uma prática oposta não funcionam. Se o
pai pede ao filho para não gritar e, no trânsito, sai esbravejando com
os outros, a criança não vai absorver as regras defendidas só no
discurso.
No entanto, ninguém é perfeito. Se os pais perceberem que tiveram uma
atitude inadequada na frente das crianças, devem reconhecer que erraram e
dizer a elas que não ficaram contentes com a própria ação. Apesar de
serem exemplos, os pais não precisam se colocar como heróis o tempo
todo, mas como pessoas que erram e se esforçam para fazer o que é certo.
Elogio
Apontar atitudes bacanas da criança, sem cobrir de elogios qualquer gesto dela: equilíbrio é fundamental
Quem não gosta de
receber um elogio? Com os filhos não é diferente. O elogio é importante
porque ajuda criança a se perceber como pessoa, a nomear suas qualidades
e potencialidades e a fazer com que ela enxergue os recursos que tem
dentro de si para ser valorizada em sociedade.
No entanto, não é para sair por aí falando bem do filho e enaltecendo
suas qualidades a todo minuto. É preciso ser verdadeiro e elogiar na
hora certa. Ao longo do dia, quando a criança tiver bom comportamento ou
atitudes louváveis, aproveite para dizer a ela o quanto aquilo foi
bacana. Se pegou um papel do chão e jogou no lixo, ressalte: “Muito bem,
filho, é importante que cuidemos da natureza e do planeta. Você é muito
legal”.
Mas não precisa resenhar cada desenho dela como uma obra de arte.
Elogiar demais cria dificuldades para a criança reagir de forma positiva
às críticas, especialmente na vida adulta. Já a ausência de elogios
pode ser igualmente prejudicial. Se a criança não recebe nenhuma
valorização, tende a ficar insegura quanto às suas próprias qualidades e
habilidades. Confie no bom senso.
Escola
Método de ensino, proximidade de casa e crença nos mesmos princípios determinam a escolha da escola
O primeiro dia de aula é
uma experiência inesquecível para muitas crianças e também para muitos
pais. Alguns sofrem muito com a “separação” momentânea dos filhos e
desabam a chorar na porta do colégio mesmo. Segure a onda: é importante
mostrar para eles, desde bebês, que a escola é algo positivo para o
desenvolvimento e socialização. Por isso, os pais devem estar seguros
quanto à escolha da instituição e a necessidade da criança de
frequentá-la, para transmitir esta convicção aos pequenos.
Ao escolher uma escola para os filhos, muitos pais priorizam o método de
ensino como fator principal para decisão. Mas também é preciso levar em
conta questões práticas, como preço e facilidade de acesso ao local,
que irão influenciar diretamente no dia a dia da família. Se necessário,
busque opinião de outros pais, converse com orientadores educacionais e
pesquise sobre a instituição na internet.
Por fim, verifique se a filosofia da escola tem a ver com a filosofia da
família. Não adianta nada a criança estudar em uma escola alternativa,
com merenda orgânica, se no final de semana é tradição da família comer
pizza. Ou estudar em uma escola rígida, se em casa a educação dada pelos
pais é mais liberal.
As atividades escolares continuam em casa, na tarefa. Ajudar na lição é
válido, mas não se pode fazer a atividade pela criança ou pensar por
ela. Estimule o raciocínio e as ideias, pergunte a opinião dela em tudo e
apenas instrua, para que ela mesma tome a decisão ou resolva a questão
por conta própria
Fraldas
O treinamento para abandonar as fraldas pode começar por volta dos dois anos
O controle sobre o xixi e
o cocô ocorre por volta dos dois anos, embora cada criança tenha o seu
próprio ritmo. Mas, ao contrário do que muitas mães pensam, a retirada
das fraldas não é um processo doloroso para os pequenos. Esta é uma
etapa prazerosa, que torna os filhos mais independentes e se reflete
como mais uma conquista de seu desenvolvimento. Por isso, é preciso
incentivá-los sempre.
Para estimular o abandono das fraldas é importante que os pais levem a
criança ao banheiro constantemente, mostrem como se usa o vaso, ofereçam
o peniquinho e acostumem a criança a pedir para ir ao banheiro. No
começo, o processo é mais trabalhoso, pois é difícil para a criança
definir as sensações de xixi e cocô. Mas, aos poucos, ela vai se
acostumando com os sinais do corpo.
O pediatra Marco Antônio de Paula Ramos, da Unifesp, explica que o uso
prolongado da fralda pode influenciar no retardamento do controle da
micção. Hoje, com a facilidade dos produtos descartáveis, as crianças se
sentem mais confortáveis e demoram mais a deixar o hábito. “Por isso,
antigamente, no tempo das fraldas de pano, as crianças largavam a fralda
mais cedo, pelo incômodo tátil que ela provocava”, explica.
Guerra entre irmãos
Brigas são naturais na infância, mas pais devem ensinar a colaboração entre filhos
As brigas entre irmãos
são naturais na infância e, normalmente, envolvem ciúme dos pais,
disputa por brinquedos ou coisas pequenas e rotineiras, como quem pegou o
carrinho de quem. Os adultos, em geral, devem deixar que os filhos
acertem as diferenças sozinhos, observando de perto os procedimentos
adotados por cada um.
Somente se a situação sair de controle deve-se intervir. Depois de
acalmá-los, esclareça o acontecido e faça com que peçam desculpas um ao
outro, para se reaproximarem de novo, como irmãos. Se as discussões são
constantes, vale também propor jogos em que possam agir em dupla,
reforçando o vínculo de amizade entre eles.
A chegada de um novo irmãozinho também pode aumentar a tensão. Para
evitar este tipo de problema, os pais devem fazer o mais velho
participar desde o início da gravidez, enfatizando a alegria do momento,
a importância que ele terá como irmão mais velho e o fato de que ele
terá um companheiro. Depois que o bebê nascer, deixe-o segurar, ajudar a
dar banho, escolher a roupinha e opinar sobre a decoração do quarto.
Histórias
Contar histórias estimula imaginação e ajuda crianças a superar desafios do desenvolvimento
Contar histórias é um
dos maiores benefícios que os pais podem oferecer para os filhos. A
atitude tem benefício duplo.
O primeiro é incentivar o gosto pela leitura, a criatividade e a
imaginação. O segundo é desfrutar de momentos deliciosos em família,
transmitindo naturalmente valores como proteção e união.
Ao contar histórias aos filhos, é como se os pais estivessem dizendo:
‘nós gostamos de você’, ‘nós nos preocupamos com você’.
Este momento pode ser desfrutado a qualquer hora. Se for à noite, antes
de dormir, contribui ainda para a criança relaxar e ter um sono mais
tranquilo. Vale contar diversos tipos de histórias, desde contos de
folclore a grandes obras da literatura infantil. O importante é estar
com os pequenos e interagir com eles.
Independência
Não subestime as capacidades da criança
Incentivar a
independência das crianças significa ajudá-las a se tornarem
adolescentes e adultos mais seguros e confiantes. Para que isso
aconteça, os pais não devem subestimar a capacidade dos filhos em fazer
as coisas sozinhos, mas sim orientá-los a ter responsabilidade, dando
limites e transmitindo valores aos pequenos.
Quando bebê, a criança é totalmente dependente dos pais. À medida em que
cresce, ela deve aprender a realizar certas tarefas sozinha, de acordo
com sua idade e suas possibilidades.
Pode-se começar com coisas pequenas, deixando o filho se trocar sozinho,
tentar amarrar o sapato ou aprender a usar os talheres. Em seguida,
conforme for crescendo, deixá-lo ir sozinho a uma festinha ou permitir
que vá à padaria, por exemplo, são boas iniciativas.
Embora a violência nos centros urbanos torne difícil permitir que as
crianças saiam sozinhas de casa, os pais devem ter em mente que
colocá-las em uma redoma não vai prepará-las para enfrentar os perigos. O
importante é instruir os filhos sobre as precauções necessárias para
evitar que algo ruim aconteça a eles, seja na rua ou dentro de casa.
Jogos
Competir de forma saudável ensina a lidar com frustrações
A brincadeira com jogos –
sejam de tabuleiro ou esportivos – é boa e saudável para estimular o
raciocínio e as habilidades da criança, além de inseri-la nas questões
de competitividade e socialização, para aprender, principalmente, a
lidar com a derrota.
Muitas crianças não aceitam perder um simples jogo de damas. Outras não
têm capacidade de esperar a vez para jogar, querem impor as próprias
regras ou acabam trapaceando para ganhar a partida. Isso acontece porque
ela tem dificuldade de se submeter às regras e às frustrações.
Para ensinar a criança a lidar com a frustração da derrota, os pais
devem começar evitando usar aquele velho artifício de deixar a criança
ganhar sempre o jogo, pois esta é uma forma de menosprezar a
inteligência dela. Além disso, é preciso conversar com os filhos e
explicar que ganhar e perder faz parte da vida em sociedade. Explique
que todos passam por isso: “papai e mamãe também ficam tristes quando
perdem o jogo, mas é normal isso acontecer”.
Limites
Nem sempre é agradável impô-los, mas crianças precisas de limites e é papel dos pais estabelecê-los
Embora seja um processo
que encontra maior ou menor resistência das crianças, dar limites é um
processo fundamental para a educação. Educar é ensinar a conviver bem em
sociedade. Por isso, os pais precisam estabelecer regras a serem
cumpridas dentro e fora de casa – inclusive quando estão com os avós.
Para as crianças, ter horários certos para comer, dormir, brincar e
estudar traz segurança. Igualmente importante é supervisionar o que elas
fazem em frente à TV ou na internet e orientá-las a agir com
responsabilidade e educação.
Muitos pais têm medo de impor limites aos filhos, temendo chateá-los ou
serem vistos como antiquados. Mas é um erro. “Criança precisa de
limites. Eles dão segurança e demonstram o carinho e a preocupação dos
pais para com ela. É uma demonstração de amor”, explica a educadora Cris
Poli, do programa “Supernanny”, do SBT.
Mentira
Hábito pode esconder problema emocional
Criar amigos invisíveis é
uma fantasia infantil comum até certa idade, variando de criança para
criança. Mas se isso persistir por muito tempo ou passar para as
pequenas mentiras rotineiras, é preciso investigar o motivo de tal
comportamento.
Alguns pais exercem tanta pressão sobre os filhos que estes se veem
“obrigados” a mentir. Nesta hora, os adultos devem buscar a seguinte
reflexão: “onde estou apertando tanto que meu filho não se sente à
vontade para me contar a verdade?”.
Em outras ocasiões, o filho pode mentir por estar com dificuldades para
lidar com certos temas. Por exemplo: ele briga com um coleguinha na
escola e não conta para os pais, porque possivelmente o assunto lhe
machucou internamente.
“Quando a criança está frágil emocionalmente, não consegue falar sobre
suas emoções”, explica a psicóloga Cássia Franco, especialista em
família. Se uma boa conversa não adiantar e o problema persistir, é
importante buscar ajuda de um profissional.
Mesada
Prática ensina a administrar dinheiro, mas não pode ser recompensa por obrigações cumpridas
Ensinar
os filhos a dar o valor correto às coisas materiais e introduzir desde
cedo aspectos de educação financeira no cotidiano das crianças contribui
para que elas saibam lidar melhor com o dinheiro no futuro.
Uma prática comum é dar um pequeno valor à criança e pedir que ela mesma administre a quantia.
Mas não basta dar mesada. Vale orientar sobre os gastos e estimulá-la a
construir projetos. Pode-se começar concedendo, por exemplo, R$ 2 por
semana e explicar que ela poderá gastar tudo em balas no mesmo dia ou,
se juntar por algumas semanas, conseguirá comprar aquele álbum de
figurinhas que tanto quer.
Deixar a criança administrar pequenas quantias pode contribuir também
para uma consciência maior sobre questões financeiras.
A mesada, no entanto, não pode ser prêmio por obrigações cumpridas, como
passar de ano ou arrumar a própria cama. Essas atitudes fazem parte dos
deveres dela e devem ser realizadas independentemente de remuneração
Não
Palavra simboliza limites que devem ser impostos pelos pais
Alguns
pais sentem uma certa dificuldade em dizer “não” para os filhos. Ou,
quando dizem, são completamente ignorados. Mas esta palavrinha tão
pequena é extremamente importante para impor regras e limites às
crianças e, principalmente, educá-las de maneira eficiente.
Não basta dizer
“não”. É preciso ter convicção e explicar porque aquilo não é
conveniente ou correto. Só assim a criança entenderá o motivo de ter o
seu pedido negado.
Quando pequena,
se ela quer brincar perto do fogão, por exemplo, é necessário
esclarecer que o fogo pode ser perigoso e machucá-la. Quando
crescidinha, se ela quiser uma boneca nova fora de hora, é preciso
explicar que o dinheiro daquele mês não é para comprar um brinquedo.
Do contrário,
os pais que só dizem “sim” ou acatam todas as vontades das crianças
possivelmente terão sérios problemas para educá-las. As consequências na
vida adulta podem vir em forma de dificuldades de lidar com regras e
falta de responsabilidade para cumprir as obrigações.
Ouvir
O diálogo em família é muito importante para deixar a criança segura e fortalecer o vínculo entre pais e filhos.
Nas conversas e brincadeiras com os pequenos,
espontaneamente eles se abrem, falam das suas necessidades, sentimentos
e emoções. Assim, fica mais fácil identificar possíveis problemas ou
dificuldades que possam estar enfrentando no dia a dia, na escola ou com
os irmãos.
Para haver um diálogo consistente, é preciso
ter acolhimento, abertura e disponibilidade por parte dos pais, para
realmente ouvir o que eles têm a dizer, de maneira natural, sem forçar a
barra. Reserve sempre alguns momentos do dia para um bom bate-papo com
os filhos. Ouça-os com amor e atenção, oriente quando necessário e
mostre segurança e convicção nas palavras.
Diálogo entre pais e filhos deve ser construído no dia a dia, sem pressões
Palmadas
Violência nunca é válida na educação das crianças
Qual o pai ou a mãe que nunca ficou nervoso
diante de uma malcriação ou birra do filho? Muitos querem “corrigir” o
problema com a chamada “palmada educativa”. Especialistas, no entanto,
defendem que bater nunca é educativo.
“A palmada acontece porque os pais não
conseguiram conter os filhos com outros métodos”, diz psicanalista
Audrey Setton Lopes de Souza, professora da Faculdade de Psicologia da
USP.
Para ela, é preciso dialogar com as crianças e
usar outros recursos, sem violência. Pode-se conversar, explicar porque
aquilo é errado e, se necessário, até mesmo sair de cena na hora que
estiver muito irritado para não “perder a cabeça” e agir por impulso. “O
primeiro movimento geralmente é explosivo. Mas, se está bravo, não
precisa bater, pois isso não resolverá os problemas”, defende a
psicanalista.
O melhor jeito de educar é impor disciplina e
estabelecer regras a serem cumpridas, dizendo “não” quando necessário e
explicando porque tal comportamento não é aceitável
Quero!
Como lidar com os desejos exagerados das crianças
.
Todos os dias, os pais ouvem a famosa frase:
“eu quero!” e, com o reforço da propaganda, fica ainda mais difícil
fazer com que as crianças resistam às tentações de consumo.
“Os pais se endividam para suprir as vontades
dos filhos e, muitas vezes, as crianças não acham mais graça depois que
ganham o presente, pois veem que o objeto não supriu a sensação de
felicidade prometida na propaganda”, explica a psicóloga Maria Helena
Masquetti, do Projeto Criança e Consumo.
Muitas crianças, no temor de se sentirem
excluídas de um determinado grupo, pedem, insistem e fazem birra até os
pais acatarem o pedido - geralmente seguido da frase: “todo mundo tem,
menos eu”. Nestes casos, é preciso verificar se não está havendo muita
pressão do grupo de convívio para que ela consuma o que os outros têm.
Se a pressão estiver ocorrendo, é preciso
conversar com seu filho e explicar que nem sempre tudo é possível, ou
mesmo necessário, de ser comprado. No bate-papo, enalteça também as
qualidades e habilidades da criança, procurando aumentar sua autoestima e
segurança, para que não se sinta tão aflita por esses objetos
Rotina
A rotina acalma a criança e mostra que ela terá tempo para tudo em um dia
Estabelecer uma rotina é extremamente
importante para a criança aprender a organizar o próprio dia e entender
que, neste período, terá tempo para fazer tudo o que gosta, mas também
terá de cumprir com obrigações.
É essencial determinar horários específicos
para o filho fazer as refeições, estudar, assistir à televisão, usar o
computador, jogar videogame e brincar com os amigos.
Quando se tem irmãos em idades bastante
diferentes e não for possível inclui-los na mesma rotina, deve-se
estabelecer horários distintos para cada um, mas eles devem existir de
qualquer forma.
Se nem os próprios pais seguem uma rotina
específica, é preciso parar tudo e reorganizar a casa. “Os pais precisam
entender que regras, rotina e disciplina são necessários para educar os
filhos. A conscientização deles fará com que decidam reformular a vida
doméstica pelo bem da educação dos filhos”, diz a educadora Cris Poli,
do programa “Supernanny”, do SBT
Sexualidade
Pais devem construir um diálogo aberto, respondendo desde cedo às perguntas das crianças
“Mãe, como eu nasci?”. Perguntas sobre
sexualidade são muito comuns na infância e costumam pegar os pais de
surpresa. Não existe procedimento padrão para tratar sobre o tema com os
filhos, mas a dica mais importante é falar sempre com naturalidade e
objetividade, respeitando a faixa etária da criança e respondendo
simplesmente o que ela perguntar.
Diante de uma dúvida infantil, a tendência
dos pais é complicar a questão. Se uma criança de seis anos questiona
como veio ao mundo, algo simples como “da barriga da mamãe” pode
satisfazer a curiosidade dela, sem precisar de maiores detalhes naquele
momento. “Responda estritamente o que está sendo perguntado. Se ela
quiser saber mais alguma coisa, vai continuar perguntando. Se parar por
ali, a resposta já foi adequada para que ela se sentisse acolhida”,
explica o psicólogo Paulo Tessarioli, especialista em sexualidade
humana.
Também é fundamental responder sempre de
forma lúdica e com palavras que façam parte da realidade da criança.
“Falar de ‘espermatozoide’ para quem tem cinco anos ainda é um conceito
muito abstrato. Então, pode-se dizer, por exemplo, que o papai colocou
uma sementinha na mamãe. E pronto”, explica Tessarioli.
É natural as crianças terem curiosidade pela
descoberta do próprio corpo. Por isso, os pais devem responder as
perguntas das crianças a cada etapa da infância, construindo uma relação
de confiança com elas sobre o tema, além de instruir sobre prevenção de
doenças e gravidez, quando sentirem os filhos estão maduros para
receber tais informações.
Tempo
Não importa a quantidade, mas a qualidade do tempo que os pais passam com os filhos
Passar mais tempo com os filhos é o desejo da
maioria dos pais que trabalham fora. Embora muitos acabem se culpando
por ficar pouco com as crianças, para os especialistas o mais importante
não é a quantidade, mas a qualidade do tempo dedicado aos pequenos.
Reserve momentos intensos para conversar,
brincar e ler histórias para eles – não importa se por três horas ou por
apenas 30 minutos.
Mesmo que os pais passem menos tempo do que
gostariam com os filhos, isso não os isenta de educá-los e exigir que
cumpram suas tarefas e obrigações. Tampouco é recomendando encher a
criança de mimos e presentes só porque ficou fora o dia todo. “É errado
tentar compensar o pouco tempo com o filho transformando a cobrança em
‘happy hour’. No final, isso pode virar ‘tragic hour’”, alerta o
psicólogo Içami Tiba, autor do livro “Quem Ama, Educa!” (
leia entrevista com Içami Tiba
).
Para a criança, o importante mesmo é sentir segurança, amor e cuidado
por parte dos pais. Se os adultos estiverem felizes e satisfeitos,
inclusive profissionalmente, vão chegar em casa com uma vontade extra de
compartilhar bons momentos ao lado dos filhos.
Único filho
Opção é cada vez mais comum, mas é preciso ter cuidado para não deixar a disciplina de lado
Optar por ter apenas um filho é uma decisão
cada vez mais comum. Segundo o Censo de 1960, a taxa de fecundidade
brasileira era de 6,3 filhos por mulher. Em 1980, passou para 4,4. E, em
2010, a média ficou em 1,86 filho por mulher.
Mas a opção deve ser feita com o cuidado de
não sobrecarregar esta criança de expectativas e de afeto. Da mesma
maneira que deve acontecer em uma família com irmãos, é necessário ter
autoridade, impor limites e ensinar comportamentos adequados.
“Muitos pais dizem que preferem ter um único
filho para poder dar tudo a ele. Mas esse pensamento não vai ajudar no
desenvolvimento dele”, explica a psicóloga Maria Helena Masquetti, do
Projeto Criança e Consumo. O excesso de presentes, mimos e até cuidados
exagerados pode fazer com que o filho único sinta que tudo gira ao seu
redor, entrando em conflito com a realidade no futuro.
Quando seu filho não tem irmãos, é muito
saudável e recomendável conviver e interagir com outras crianças desde
pequeno, seja na escolinha, com primos ou colegas do condomínio, para
estimular a socialização
Voltar atrás
Ceder por insistência ou birra da criança esvazia a autoridade dos pais
Não é proibido voltar atrás. Afinal, criar um
filho é um grande aprendizado e muitas vezes se percebe que a atitude
tomada anteriormente estava incorreta. O importante é não voltar atrás
por birra ou insistência da criança.
Voltar atrás em uma decisão em virtude de
birra ou insistência do filho pode mandar por água abaixo a autoridade
com os pequenos. A criança sempre testa os limites impostos pelos pais:
chora, berra, pede e insiste para ver se consegue quebrar a “barreira”.
Dizer “não” quando o filho quer ir brincar na
casa do amigo na véspera de uma prova importante e depois “ceder só um
pouquinho” faz com que a criança aprenda que pode “furar” o bloqueio
usando estes “argumentos”, além de gerar insegurança na própria criança.
Como acreditar no que a mãe ou o pai dizem se depois eles voltam atrás?
Além disso, tanto o pai como a mãe devem
estar alinhados na hora de exercer a autoridade e tomar decisões. De
nada adianta a mãe dizer “não” e a criança conseguir o que quer com o
pai, e vice-versa. Este tipo de atitude mostra desunião familiar e pode
fazer com que os filhos se sintam desprotegidos emocionalmente.
Valores
Poder do exemplo é muito maior que o da palavra ao transmitir valores
Cada
família tem suas próprias crenças e valores. Para transmiti-los às
crianças, os exemplos funcionam muito melhor que as regras. Por isso, de
nada adianta ensinar ao filho que não se deve mentir se a própria mãe
pede para que ele diga que ela não está quando alguém indesejado
telefona.
A
observação das crianças com relação às atitudes dos pais é muito mais
valiosa do que qualquer palavra. Portanto, ensine coisas positivas por
meio do próprio exemplo.
Já
na adolescência, é comum que os jovens comecem a questionar alguns
valores transmitidos pelos pais, pois a socialização os leva a conhecer –
e comparar – outros modelos de família. “Por que na casa do vizinho, o
menino de 15 anos pode beber cerveja e eu não?”. Quando este tipo de
pergunta chegar, cabe aos pais explicar – e mostrar pelo exemplo – o que
é melhor de acordo com suas crenças.
Web
Proibir uso da rede é privar a criança de uma ferramenta essencial, mas pais devem monitorar atividades online
A facilidade das crianças no uso do
computador e da internet é uma habilidade que deve ser valorizada pelos
pais. Mas para evitar problemas com o excesso de tempo navegando na rede
ou vendo sites impróprios, o melhor é orientá-los e supervisionar a
utilização até a criança adquirir mais responsabilidade.
De preferência, mantenha o computador em um
lugar movimentado da casa, de modo que os adultos possam monitorar
constantemente o que a criança faz ali. Também é importante estabelecer
horários para uso, para que o excesso não prejudique as atividades
escolares, nem prive a criança de brincar.
As mesmas regras valem para os adolescentes.
Se achar que está havendo abusos e deve restringir o uso do computador,
exerça sua autoridade como pai ou mãe. Mas o ideal é orientá-los sobre
os perigos da rede e incentivá-los a usar o computador com
responsabilidade.
Xixi na cama
Até os sete anos de idade, enurese noturna pode ser uma fase
O xixi na cama não deve ser motivo de
preocupação dos pais até os sete anos da criança. O completo
desenvolvimento do controle da micção só ocorre por volta desta idade.
Até este período, os “escapes” são comuns, especialmente no período
noturno.
O mais importante, no entanto, é saber lidar
com a situação, para não colocar pressão na criança e não deixá-la
ansiosa ou constrangida. Primeiramente, é preciso tranquilizar os filhos
e lembrá-los que, aos poucos, eles vão conseguir parar de fazer xixi na
cama.
Procure sempre incentivá-los com a adoção de
técnicas de reconhecimento, elogiando e valorizando cada vez que
acordarem secos. Ao mesmo tempo, jamais os repreenda por conta do
problema, nem fale sobre o assunto na frente de outras pessoas.
Lembre-se que esta é uma incapacidade temporária e que, em breve, as
coisas funcionarão normalmente.
Se, entretanto, os escapes persistirem por muito tempo, vale consultar um médico para avaliar possíveis problemas urinários.
Zelo em excesso
Superproteger é subestimar a capacidade dos filhos e deixá-los fragilizados
Muitos pais não percebem que o zelo em
excesso também pode prejudicar – e muito – os filhos. A superproteção
não permite que as crianças experimentem por si só novas e diferentes
situações, inclusive problemas, que surgem naturalmente na vida. Com
isso, as crianças podem crescer inseguras, sem iniciativa, agressivas,
tímidas, egocêntricas e com dificuldades de tomar decisões.
Superproteger também é uma maneira de
subestimar a capacidade dos filhos e os deixar fragilizados. Isso pode
afetar a autoestima, já que, no fim, não se sentem capazes de fazer
nada. Além disso, aquela criança “bibelô”, que para tudo recorre aos
pais, é facilmente “alvo” de gozação dos coleguinhas, pois não aprendeu a
se defender sozinha.
A solução não é deixar os filhos soltos,
resolvendo as coisas sem orientação, mas educá-los e instruí-los para
que aprendam a enfrentar as situações com autonomia e determinação.
Permitir que a criança passe por experiências é ensiná-la, aos poucos, a
encarar a vida de forma segura e feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário