"No mundo da lua" e "A mil por hora" são algumas das definições que as crianças com TDAH
Hiperatividade recebem no decorrer do seu desenvolvimento. A hiperatividade é um dos transtornos com maior
incidência na infância na adolescência.
Embora frequentemente estudado, suas causas ainda não foram claramente estabelecidas. Sugere-se
uma integração de aspectos, que resulta numa origem multifatorial, inclusive herança genética e ambiente
propício.
O diagnóstico deve ser acompanhado por profissionais especializados, baseado em escalas de
avaliação padronizadas. O TDAH divide-se em 3 subtipos: a) Predominantemente desatento; b) Predominantemente
hiperativo/impulsivo; c) Combinado.
Este transtono do desenvolvimento infantil tem três características básicas: a desatenção, a
agitação e a impulsividade, além de ter um notável impacto na vida da criança ou do adolescente. Pode levar a
dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, como também baixo desempenho escolar.
Alguns sintomas podem ser destacados no perfil de uma criança hiperativa, tais como: envolve-se
em várias atividades ou brincadeiras ao mesmo tempo, muitas vezes deixando-as inacabadas; não consegue permanecer
muito tempo na mesma atividade; levanta-se da cadeira frequentemente; distrai-se facilmente com os estímulos
do ambiente; esquece materiais e tarefas; não consegue esperar a sua vez; muitas vezes interrompe os outros e tem
dificuldade em se organizar. As crianças hiperativas, embora tenham uma boa capacidade intelectual podem apresentar
baixo rendimento escolar, devido a distração durante as explicações nas aulas ou na execução das atividades e
provas.
Na ocorrência destas características em casa ou na escola, é indicado que a criança passe por
uma avaliação especializada, para constatar o problema e dar início ao tratamento. Esta atitude possibilita à
criança um desenvolvimento mais tranquilo e uma interação mais harmoniosa com a familia.
Distúrbios específicos da aprendizagem
Disfasia: apresenta-se como uma dificuldade em nível de
expressão ou compreensão na aprendizagem dos conteúdos. Podem estar presentes disfunções
em algumas áreas cerebrais, tais como: lobo frontal (área de broca) e lobo
temporal (área de Wernick). Clinicamente o comprometimento é importante: são crianças que não
elaboram frases, expressam as partes finais das palavras (“eta” por borboleta, “aço” por palhaço) com 3
ou 4 anos de idade. O atendimento fonoaudiológico dever ser precoce, nesta idade ou até antes. O risco de
esta criança apresentar dislexia ou disortografia na idade escolar é grande.
Deve-se considerar que as “disfasias” são quadros preocupantes e graves diferentes
da “dislalia” ou “atraso simples da linguagem” em que ocorrem trocas simples e evoluem para melhor
rapidamente com atendimento fonoaudiológico e que estão relacionados com falta de maturidade e fatores
ambientais.
Dislexia: trata-se de uma dificuldade duradoura na aquisição da
leitura. Para se constatar uma dislexia, é preciso descartar algumas outras situações que não devem ser
confundidas: a criança não deve ter bloqueios emocionais que a impeçam de aprender, não deve ser nova
demais para a alfabetização, isto é, exclui-se a imaturidade; deve ter tido pelo menos dois anos de
escolaridade, com uma didática adequada, isto significa que apenas aos 9-10 anos podemos afirmar que a
criança é disléxica.
O quadro de dislexia pode variar desde uma incapacidade quase total em aprender a
ler, até uma leitura quase normal, mas silabada, sem automatização. Surge em 7 a 10% da população
infantil, independente de classe sócio-econômica.
O quadro básico é de uma criança que apresenta dificuldade para identificação dos
símbolos gráficos. O distúrbio se encontra no nível das funções de percepção, memória e análise
visual.
As áreas do cérebro responsáveis por estas funções se encontram no nível do lobo
occipital e parietal, principalmente.
A criança disléxica não deve ser alfabetizada pelo método global, uma vez que não
consegue perceber o todo. Precisa de um trabalho fonético e repetitivo, pois terá muita dificuldade na
fixação dos fonemas. Necessita de um plano de leitura que inicie por livros muito simples, mas
motivadores, aumentando gradativamente e só à medida que lhe for possível, a complexidade.
Disgrafia: é a dificuldade (parcial), porém não na impossibilidade para a aprendizagem da
escrita de uma língua.
Algumas vezes a criança não se estabelece uma relação entre o sistema simbólico e
as grafias que representam os sons, as palavras e as frases.
O termo
disgrafia motora (discaligrafia) consiste na dificuldade de escrever em forma legível. Os indicadores mais
comuns da discaligrafia são: micrografia; macrografia; ambas combinadas; distorções ou deformações;
dificuldades nos enlaces; traçados reforçados, filiformes, tremidos; inclinação inadequada; aglomerações,
etc.
Os casos em que
ocorre um distúrbio importante da integração visual espacial e motricidade representam disfunção em nível do
lobo parietal e frontal e algumas vezes podem estar relacionadas não somente a motricidade fina, mas também
à fatores emocionais. Geralmente não se obtém uma produção mais adequada repreendendo-se a criança.
Deve-se comparar a sua própria obra, para obter um parâmetro da sua melhor
produção. Este deve ser objetivo a ser alcançado e não perfeição, que para esse aluno é inatingível. O
professor deve trabalhar a conscientização do aluno para sua melhor performance e reforçá-lo
positivamente sempre que o alcance.
Disortografia: indicada pela impossibilidade de visualizar a forma correta da escrita das
palavras. A criança escreve seguindo os sons da fala e sua escrita por vezes torna-se incompreensível.
Não adianta trabalhar por repetição, isto é, mesmo que escreva a palavra vinte vezes, continuará
escrevendo-a erroneamente. É preciso trabalhar de outras formas, usando a lógica quando isso é possível,
a conscientização da audição em outros casos, como por exemplo: em “s” e “ss”, “i” e “u”, etc.
A disortografia pode ser observada onde se apresentam trocas relacionadas à
percepção auditiva. Por exemplo: F por V a disfunção ocorre no nível do lobo temporal e há também envolvimento das áreas visuais (lobo parietal e occipital).
Discalculia: Referente aos distúrbios na área da
aritmética, sendo que apresenta-se como incapacidade de compreender o mecanismo do cálculo e
a solução dos problemas. O que ocorre com maior freqüência é uma estruturação inadequada do raciocínio
matemático. Esta disfunção ocorre em nível de lobos parietais e occipitais.
A criança não tem condições de operar sem o concreto e precisa estruturar
demoradamente a construção do número e o raciocínio de situações problema. Frenquntemente há
uma mecanização dos conceitos e não uma aprendizagem significativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário