quinta-feira, 20 de junho de 2013

Relacionamentos saudáveis entre pais e filhos é possível nos dias de hoje?


Conciliar trabalho, cuidados com a casa, com o companheiro ou companheira e ainda cuidar dos filhos é um desafio cada vez maior nos dias de hoje.
Há algum tempo o cenário da vida familiar vem mudando. Hoje os pais e as mães trabalham fora de casa, os filhos passam mais tempo na escola e, em muitos casos, o relacionamento fica complicado.
Será que é possível conciliar a vida moderna, a realização profissional e pessoal com a criação dos filhos? Antigamente os modelos eram pré-estabelecidos: O homem saía para trabalhar enquanto a mulher ficava em casa, cuidando das crianças; não havia divisão de tarefas, mas, hoje, as coisas mudaram. De acordo com a psicóloga Márcia Maria Moncorvo Saldanha Debski, a família de hoje é bem diferente da de décadas atrás: “Antigamente a família era construída baseada no modelo patriarcal. O pai era a máxima autoridade e também o provedor. A criança era educada nos moldes da obediência pelo medo do castigo; não podia opinar sobre coisa alguma e não era considerada a sua vontade. Atualmente esse modelo se inverteu totalmente. Não existe apenas um provedor, pai e mãe dividem as despesas e os cuidados com os filhos e, não raro, muitas mães são provedoras únicas e chefes de família. Conseqüentemente as relações também se modificaram”.
Para ela, essas mudanças foram importantes, mas, geraram outros tipos de conflitos:
“Os pais, por não terem tempo disponível para acompanharem seus filhos de perto, tentam suprir a ausência comprando brinquedos, roupas, games, oferecendo passeios e fazendo de tudo para agradá-los. As crianças, por sua vez, percebendo a fragilidade dos pais exigem cada vez mais e estão sempre insatisfeitas. São crianças mal educadas, sem limites, sem tolerância à frustração e sem nenhuma consideração com os outros. Estão cada vez mais desamparadas. Foi-se de um extremo a outro. È fundamental buscar o equilíbrio para que as relações familiares possam ser mais saudáveis e felizes. Para que uma criança cresça saudável e feliz é necessário afeto, respeito, educação, limites e diálogo”, declara Márcia.
            Mas, como colocar o tão falado “limite”? Como ensinar aos filhos valores como respeito e responsabilidade? “Os limites são saudáveis e necessários, pois, amparam e mostram à criança até onde ela pode ir. Mostram, ainda, que a vida nem sempre é como queremos.O limite ampara a criança; ela se sente protegida e cuidada”, afirma e, acrescenta: “Aquilo que a criança presencia em casa ela irá repetir nos ambientes que freqüenta. Os problemas no relacionamento podem ser verificados quando a criança apresenta problemas na escola tais como: falta de atenção, desrespeito às regras e normas da escola, agressividade, dentre outros.
Para tentar solucioná-los é preciso primeiramente tomar consciência deles, depois os pais devem começar a imprimir um novo modo de lidar com seus filhos, colocando limites e exercendo a autoridade. Pai tem que ser pai e filho tem que ser filho. Não é saudável e nem educativo colocar-se no papel de amiguinho para agradar. A criança precisa sentir-se segura de que existe um adulto que cuida dele e em quem pode confiar e contar. Os pais são referências e modelos para os filhos; por isso é muito importante o adulto saber o lugar que ocupa e a missão que tem: educar um ser humano para a vida e para agir com os outros num mundo compartilhado. Como queremos que nossos filhos sejam? Será que a educação que estamos oferecendo propicia isto ou iremos nos envergonhar deles? Estas são perguntas que todo pai e toda mãe deveria se fazer regularmente. É possível ter autoridade sem ser autoritário. A educação deve ser norteada em afeto, respeito, limites, regras e diálogo. Teoricamente parece muito simples, mas, na prática não é bem assim. Educar dá trabalho: é tarefa.
Se os pais não conseguirem dar conta da situação é necessário buscar ajuda de um psicólogo que irá acompanhar tanto os responsáveis quanto os filhos.
Educar exige tempo, paciência, disponibilidade e confiança. Confiança por parte dos pais em si mesmos e em seus filhos, pois, o resultado positivo poderá ser visto apenas no futuro. Garantias desse resultado não existem, mas, os pais devem fazer a sua parte.

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