sexta-feira, 28 de junho de 2013

Educação dos filhos: o uso da internet




O advogado José Conrado já se acostumou: os filhos Gabriel, 13, e Júlio César, 9, mal entram em casa e já vão direto para o computador ou videogame. Os meninos ilustram bem a Geração Z, formada por crianças e adolescentes nascidos após o fenômeno de popularização da internet e dos telefones celulares, no meio da década de 90.

Em comum, todos são altamente conectados. "Eles me dão um baile no computador. Queria conhecer 10% do que os dois sabem", conta o pai, que diz pedir com frequência a ajuda dos garotos quando o assunto é tecnologia. Ambos os irmãos possuem e-mail, perfis em redes sociais e se comunicam com os amigos por meio de ferramentas de bate-papo.

Apesar de não acompanhá-los enquanto utilizam o computador, o pai impõe regras claras: cada um só pode acessar a internet por duas horas diárias. Outras atividades também ocupam parte da rotina dos meninos. "Faço questão que eles pratiquem esportes e viajem para o clube de campo. Além de ser uma distração, interagem com outras pessoas", explica Conrado. A preocupação não é à toa. Segundo a psicóloga Andrea Jotta Barbosa do NPPI (Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática), da PUC-SP, o virtual pode ser uma das formas de lazer da criança. Mas não a única.
Educação dos filhos: limites reais para o uso da internet

Para que o uso da internet não se torne um problema, os responsáveis devem estabelecer limites de horas de acordo com a rotina da criança e da família, respeitando os compromissos que ela tem e conciliando com outras atividades recreativas. "É melhor normatizar isto ainda na infância a precisar esconder o mouse na adolescência", alerta Andrea.

A especialista ainda salienta a importância de os pais identificarem os primeiros sinais do uso excessivo: a queda do desempenho escolar e a dificuldade em deixar o computador para realizar outras atividades são alguns fatores que precisam de atenção. A gerente bancária Roberta Saturnino sabe bem o que é proibir o filho de usar o computador. Por não ter estudado para uma prova, Henrique, 10 anos, passou o carnaval inteiro longe da internet. "Ele precisa respeitar as prioridades", diz a mãe. Como todos os coleguinhas de sala, o menino acessa com frequência o site Club Penguin (www.clubpenguin. com).

Na página, as crianças personalizam seu pinguim e conversam por meio de um comunicador. Porém, além de diversão, o garoto também usa o computador para realizar pesquisas. "Outro dia o Henrique queria saber o nome dos principais narradores de futebol, foi lá no Google e achou", exemplifica Roberta. O interesse do menino por tecnologia é tão grande que ele insistiu em ser matriculado em um curso extracurricular de robótica.

Tamanha desenvoltura das crianças, no entanto, não pode ser confundida com maturidade. Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da Safernet (entidade voltada ao combate a violações de direitos humanos contra crianças e adolescentes pela internet), aponta o aumento constante de denúncias relacionadas ao tema. Segundo ele, os pais devem entender que, mesmo tendo habilidade técnica, uma criança não está preparada para evitar, sozinha, os riscos da internet. "A internet é um ambiente público com perigos iguais aos do mundo real. Você não deixaria o seu filho desacompanhado circulando, por exemplo, no meio de uma praça. O mesmo cuidado tem de valer na rede", alerta.

O especialista aconselha os responsáveis a prevenir e orientar os pequenos desde o primeiro acesso. Segundo Nejm, crianças com menos de 9 anos nunca devem utilizar a internet desacompanhadas. A presença dos pais, além de evitar condutas indevidas e exposição a riscos na internet, garante uma permanente educação aos filhos sobre a maneira certa de usar a rede. "Utilizada corretamente, a internet é, sem dúvida, uma excelente ferramenta para qualquer idade", analisa Nejm.

O que é a Geração Z?

Para definir o público nascido após a metade da década de 90, sociólogos e pesquisadores criaram a expressão Geração Z. A denominação faz referência ao termo "zapear", hábito de alternar constantemente canais de televisão, sites e outros meios de comunicação, característica marcante desta garotada que veio ao mundo depois da  popularização da internet, telefones celulares, entre outras inovações.

Dicas para usar a internet com segurança

Para os pais:
  • Até os nove anos, a criança só deve acessar a internet com supervisão de um adulto;
  • Converse abertamente com seus filhos sobre os riscos, cuidados e limites que ele deve ter ao usar o computador;
  • Deixe claro os sites e conteúdos que a criança pode acessar;
  • O uso de programas, como filtros, pode ajudar a monitorar o uso da internet pelas crianças. Porém, estes softwares não substituem a vigilância dos responsáveis.
Para as crianças e adolescentes:
  • Nunca envie fotos para estranhos. E, antes de postá - las nas redes sociais, saiba que ficarão disponíveis para milhões de pessoas;
  • Jamais aceite conhecer e encontrar amigos virtuais sem autorização e acompanhamento de seus pais;
  • Não disponibilize informações em seu perfil ou em conversas com estranhos, como lugares que frequenta, telefone, nome completo ou endereço;
  • Pessoas mal-intencionadas podem se passar por amigos na internet. É preciso muito cuidado;
  • Não envie nem repasse mensagens que agridam outras pessoas. Se alguém próximo está sendo vítima de ofensas, encoraje-o a denunciar;
  • Nunca faça na internet algo que não faria fora dela;
  • Converse abertamente com seus pais sobre o que acontece na internet, e respeite os limites estabelecidos;
Fonte: Safernet

Confira algumas páginas e redes sociais dedicadas à diversão das crianças:
Mundo do sítio

www.mundodositio.com.br
O universo do Sítio do Pica Pau Amarelo se transformou em uma comunidade social. São mais de 30 jogos e atividades com os personagens de Monteiro Lobato. O bate-papo é monitorado, e existe uma página exclusiva para responsáveis, onde é possível acompanhar o que os pequenos fazem.

NeoPets

www.neopets.com
Nesta rede social, cada criança cria, educa e alimenta um animal de estimação virtual. Há também a possibilidade de elas interagirem com amigos. Porém, para isto, precisam que os pais enviem uma autorização para a empresa responsável.


Migux


www.migux.com

O cenário deste jogo virtual é o fundo do mar e os seus integrantes. Nele, as crianças podem criar personagens que caminham pelos ambientes e interagem com todos os outros habitantes, que também são usuários mirins como ele.



Cosmopax

www.cosmopax.com
Ao entrar, o usuário recebe um personagem virtual chamado Pixtar. Ele pode ser personalizado com desenhos, letras, números e símbolos do teclado, o que ajuda a desenvolver a criatividade. Há até votação entre os participantes para escolher o Pixtar mais bonito

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